A criminalidade participada registou um aumento de 0,9% em 2021 face a 2020, enquanto a criminalidade violenta e grave diminuiu 6,9%, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) hoje aprovado.
O RASI de 2021, aprovado na reunião do Conselho Superior de Segurança Interna, revela que a criminalidade participada registou um ligeiro acréscimo em comparação com 2020, verificando-se mais 2.597 crimes.
De acordo com o RASI, em 2021 foram denunciados às forças e serviços de segurança 301.394 crimes, mais 0,9% do em que em 2020 quando se registaram 298.797.
Por sua vez, a criminalidade violenta e grave registou no ano passado uma descida em comparação com 2020, tendo-se verificado menos 855.
O RASI dá conta de 11.614 crimes violentos e graves em 2021, menos 6,9% do que em 2020, quando ocorreram 12.469.
O documento destaca que a criminalidade, tanto a geral, como a violenta e grave, regista valores abaixo do período pré-pandemia, em 2019.
Segundo o RASI, os crimes contra o património continuam a ser os mais representativos no âmbito da criminalidade participada às forças e serviços de segurança, representando 50,2% total.
Os crimes de furto, que nas suas diversas formas representam 26,7% do total das participações, mantém a tendência de decréscimo verificada nos últimos anos com menos 3.932 ocorrências (-4,66%) comparativamente a 2020.
O RASI indica também que o crime de violência doméstica é o mais participado, com 26.520 denúncias, apesar de ter registado uma redução de 4% (-915 casos) comparativamente a 2020.
Lisboa (72.183), Porto (47.552), Setúbal (28.679), Faro (20.788) e Braga (18.419) são os distritos com maior número absoluto da criminalidade participada e, no sentido inverso, Portalegre (3.058), Bragança (3.140), Guarda (3.462), Évora (3.595) e Beja (4.321) são que registam menos valores.
No entanto, a criminalidade participada registou maiores aumentos em 2021 em Lisboa, mais 2.190, (+3,1%), Açores (+735, +7,9%), Beja (+561, +14,9%), Setúbal (+426, +1,5%), Castelo Branco (+361, +7,1%), enquanto a maior descida ocorreu no Porto, menos 2.908(-5,8%), Madeira (-476, -7,9%), Coimbra (-451, -4,8%), Braga (-442, -2,3%) e Portalegre (-283, -8,5%).
O RASI revela também que o crime de roubo nas diversas formas é responsável por 68% das ocorrências violentas e graves registadas, representando o crime de roubo na via pública, roubo por esticão e resistência e coação sobre funcionário 65,5% da criminalidade grave e violenta.
No âmbito da criminalidade violenta, subiram os crimes por extorsão, registando-se 129 casos (19,5%) e violação, mais 82 casos (+26%).
No sentido inverso, desceram o roubo por esticão, menos 461 casos (-20,9%), roubo na via pública (-390 casos, -8,3%) e roubo a residência (-148 casos, -22,5%).
Tal como acontece na criminalidade geral, os distritos de Lisboa (4.619), Porto (1.886), Setúbal (1.234), Faro (707) e Braga (469) registam o maior número absoluto da criminalidade violenta e grave.
A criminalidade violenta registou em 2021 descidas nos distritos de Setúbal, menos 359 (-22,5%), Lisboa (-344, -6,9%), Faro (-144, – 16,9%), Aveiro (-57, -12,5%) e Coimbra (-54, -17,6%), já em Santarém, mais 48 (+18%), Porto (+32, +1,7%), Açores (+28%, 14,6%) e em Viana do Castelo (+26, 34,2%) aumentou.
A reunião do Conselho Superior de Segurança Interna foi presidida pelo primeiro-ministro António Costa
Sinistralidade rodoviária aumentou quase 7% em 2021
A sinistralidade rodoviária aumentou quase 7% no ano passado, em relação a 2020, apesar das restrições de mobilidade e de redução da circulação rodoviária devido à pandemia de covid-19, revela o Relatório Anual de Segurança Interna hoje aprovado.
“Os anos de 2020 e 2021 foram atípicos, condicionados pelas restrições na mobilidade que se traduziram numa redução da circulação rodoviária, que, no entanto, aumentou em 2021 na mesma ordem de grandeza do registado no consumo de combustível rodoviário (+5%)”, refere o documento aprovado na reunião do Conselho Superior de Segurança Interna.
O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) precisa que em 2021 registaram-se 114.960 acidentes, mais 7.308 do que em 2020 (+ 6,9%), que provocaram 400 vítimas mortais no local do desastre ou a caminho do hospital, menos quatro (-1%), 2.269 feridos graves, mais 273 (+13,7%) e 35.404 feridos ligeiros, mais 3.333 (+10,4%).