Santa Casa alerta PJ para lavagem de dinheiro com prémios

Se ganhar um bom prémio no Euromilhões ou noutro jogo, é possível que alguém queira comprar-lho. Desde 2012, a Santa Casa denunciou 34 casos em que os prémios podem ter sido usados para lavar dinheiro sujo.

Concessionária dos jogos sociais do Estado, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) é uma das entidades não financeiras que estão obrigadas a comunicar à Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária (UIF/PJ) e ao Ministério Público, as operações que levantem suspeitas de branqueamento de capitais. E, nos últimos relatórios de atividades da UIF, constata-se que a Santa Casa fez 13 alertas daquele tipo em 2012, oito em 2013 e novamente 13 em 2014. Em 2011, só fora registado um caso.

Os sucintos relatórios da UIF nada dizem sobre o teor das comunicações da SCML, nem sobre o montante do dinheiro eventualmente “branqueado”, mas uma fonte policial explica que está em causa “um esquema clássico de branqueamento”. Vem do tempo áureo das lotarias, terá ganho com o anonimato das apostas no Euromilhões e no Totoloto (antigamente, o apostador escrevia o seu nome no boletim) e pode ter tido novo incentivo quando, em 2013, o Fisco passou a ficar com 20% dos prémios.

Fonte JN