Medida de coação foi reforçada. Ricardo Salgado não poderá ausentar-se da sua habitação sem licença do tribunal.
Foi já no início da madrugada que Francisco Proença de Carvalho, um dos advogados de Ricardo Salgado, disse aos jornalistas que o antigo banqueiro ficou sujeito à medida de coação de “obrigação de permanência na habitação”. Uma medida que o jurista considerou “desproporcionada”, tendo anunciado que vai recorrer.
Ricardo Salgado fica assim impossibilitado de sair da sua casa sem autorização do tribunal. Esta medida de coação, no entanto, não implica a utilização de “pulseira eletrónica”.
“A postura de colaboração e busca pela verdade [de Ricardo Salgado] vai manter-se”, afirmou o advogado, fazendo questão de reforçar que o seu cliente sempre colaborou com a justiça.
Salgado, constituído arguido no dia 20, quando foi ouvido pelo juiz Carlos Alexandre no âmbito do inquérito principal do BES, voltou ontem ao Campus da Justiça. Desde as 9.30 até às 21.30, foi interrogado por aquele juiz, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. Este depoimento surge na sequência de buscas e arrestos de bens ao banqueiro e à família Espírito Santo realizados em junho.
Além do processo BES o ex-presidente executivo do banco tem ainda à espera pelo menos mais três processos em que é suspeito de fuga de capitais, inquéritos que estão em fase inicial de investigação. No gigantesco processo do chamado “universo Espírito Santo” há uma equipa do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) encarregada apenas de analisar eventual crime de branqueamento de capitais.
Diário de Notícias