Rúben Neves oferece dois ventiladores ao hospital da Feira. “É até um dever ajudar a região de onde sou natural e onde tenho familiares e amigos”

O jogador da seleção nacional de futebol Rúben Neves doou dois ventiladores ao Hospital de Santa Maria da Feira para reforço dos recursos médicos de combate à covid-19, revelou hoje essa unidade de saúde do distrito de Aveiro.

Com origens familiares no concelho onde está sedeada a casa-mãe do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga, o atleta do Wolverhampton justifica o donativo com a crescente disseminação do novo coronavírus, atendendo a que, segunda-feira à noite, se registavam já mais de 600 casos de infeção entre a comunidade de 350.000 utentes servida por essa infraestrutura clínica.

“Este é um momento de emergência de saúde pública ao qual ninguém pode ficar indiferente. Todos somos poucos para ajudar nesta batalha e é até um dever ajudar a região de onde sou natural e onde tenho familiares e amigos”, afirmou Rúben Neves à Lusa.

Avaliado em cerca de 33.000 euros, o equipamento doado pelo futebolista da Primeira Liga inglesa ao Hospital São Sebastião permite garantir suporte ventilatório a doentes em cuidados intensivos, cujo estado se caracteriza por uma extrema dificuldade em respirar de forma autónoma.

Miguel Paiva, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, agradeceu o apoio de Rúben Neves notando precisamente a utilidade desses recursos técnicos: “Os novos ventiladores irão ajudar-nos muito, permitindo que consigamos tratar mais doentes que precisam do apoio de ventilação mecânica, cada vez mais necessária à medida que crescem os números de infetados, em geral, e de doentes em estado grave, em particular”.

O administrador do centro hospitalar – que tutela o Hospital da Feira, mas também os de São João da Madeira e Oliveira de Azeméis – realçou, nesse contexto, que o donativo do médio do Wolverhampton tem especial significado por ter surgido “da iniciativa espontânea” do jogador.

“Ele contactou diretamente o hospital, questionando qual a melhor forma de nos ajudar e este tipo de atitude – que, felizmente, se tem multiplicado por estes dias – dá-nos muita força e incentiva-nos a dar o nosso melhor pelos habitantes da região”, acrescentou Miguel Paiva.

A área de influência do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga tem sido uma das mais afetadas pela covid-19, uma vez que, enquanto hospital de referência da região, acolhe os casos mais graves de municípios como Santa Maria da Feira (que segunda-feira à noite contabilizava 152 infetados), Oliveira de Azeméis (que registava já 70) e mesmo Ovar (concelho em estado de calamidade pública onde já se ultrapassam os 260 diagnósticos positivos).

Lusa