Revolta contra duo que queimou amigo

Dois indivíduos detidos pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto por terem sequestrado, espancado, roubado e incendiado um homem, na serra da Aboboreira, Baião, foram ontem postos em prisão preventiva pelo juiz do Tribunal de Marco de Canaveses, onde se viveram momentos de grande tensão, com a população a gritar de revolta.

A mulher, namorada de um deles, está em liberdade, mas tem de se apresentar semanalmente na GNR.

“Deveriam ser queimados vivos. São animais. Hão de pagar bem caro o que fizeram!”, foram as palavras que se ouviram, ontem, à porta do tribunal, onde se concentraram dezenas de pessoas do Marco, de onde é natural a vítima. José Vieira, 46 anos, ficou com queimaduras em 50% do corpo e está internado no Hospital de S. João, Porto.

Os arguidos foram localizados e detidos pelos inspetores da PJ apenas quatro dias após o crime, quando um deles já tinha fugido para Espanha. No interrogatório, mantiveram-se calados. Perante a prova reunida, o juiz enviou os dois homens para a cadeia de Custóias.

Tiago Vieira, 32 anos, colega de trabalho de serralharia da vítima, com quem mantinha uma relação de conflituosa, organizou uma cilada. Na tarde de sábado passado, marcou um encontro no café Estrela, em Paredes de Viadores, e pediu-lhe dinheiro. Perante a recusa, levou a vítima para um local ermo de Baião, onde estavam à espera Bruno P., 24 anos, e Sandra S., de 20.

Ameaçado com faca

A vítima foi logo agredida e ameaçada com uma faca para entregar todo o dinheiro que tinha – cerca de 20 euros -, para além do cartão multibanco, com o qual levantaram 50 euros. Seguiram para uma bomba de gasolina em Santa Marinha do Zêzere, para comprar gasolina. Já sem a namorada de Bruno, foram para a serra da Aboboreira, onde José foi espancado, enrolado numa manta e regado com gasolina. Incendiaram-no e atiraram-no para um silvado. Os dois agressores fugiram com o carro da vítima, deixando-o em Cinfães.

A queda numa ribanceira acabou por apagar as chamas e José conseguiu percorrer três quilómetros até pedir socorro.

Fonte JN