Livro de Manuel Castelhano foi apresentado na Casa Gandaresa.
A plateia esteve bem composta por amigos e amantes da boa leitura, durante a apresentação – muito bem estruturada, por sinal – do livro, que contou com participações especiais como, por exemplo, a das crianças da localidade, que deram um toque ainda mais seixense ao evento..
Com intervenções que intercavalavam a sublimidade do momento e os sorrisos arrancados da plateia, Tiago Cruz foi dando o mote para que se fizessem os discursos e apresentações, de maneira que as pessoas da terra pudessem viajar no tempo até para quem não o viveu.
A Liberdade que era, também ela, celebrada nesse dia, é capaz de levar-nos a tempos que não voltam mais, através da escrita que, pelo teclado do autor da obra contribui para perpetuar um modo de vida árido e penoso, de modo a que as gerações vindouras não percam de vista a luta dos que as antecederam.
Foi disso que se tratou: de guardar, para memória futura, palavras que saíram das imagens que o autor guardou. Porque, no fundo, o autor que tenta escrever uma não-ficção, é um vivenciador de algo marcante que não deve ser apenas falado, pois as pessoas se vão e, sem a escrita, as tradições morrem com elas!
“Malgrado estes problemas, as pessoas eram felizes à sua maneira” foi dito por um dos intervenientes. Nesta frase, e noutras tantas, ficou bem vincada a alma de uma aldeia. Todos os tostões eram contados, todos os anos, o medo de uma má colheita os atormentava, todos os dias, do raiar ao pôr do sol, a labuta trazia o suor de quem, ao fim do dia estava exausto, mas nem por isso, derrotado.
Foi esta a mensagem, quiçá, principal do livro e das suas descrições: o homem pode ser feliz à sua maneira, sem ter luxos, riquezas e palácios. Uma pequena casa, onde o estômago esteja bem tratado, pode ser o suficiente para que o sentido de família e comunidade se faça presente.
O Seixo é assim. Orgulhosamente, tradicionalmente… Seixo. Sem vontade alguma de mudar e sem necessidade nenhuma de fazê-lo!
Jornal MIra Online
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