A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) vai candidatar ao próximo quadro comunitário de apoio um projeto para instalar um sistema de videovigilância na floresta dos dez municípios associados, que considera uma “mais-valia” na prevenção dos incêndios.
“Sendo a floresta uma área prioritária para este território, faz sentido investir na prevenção dos fogos florestais e a videovigilância é, seguramente, uma mais-valia na questão relacionada com a prevenção”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Castanheira de Pera, Fernando Lopes, que tem a cargo o grupo de trabalho da floresta e proteção civil na CIMRL.
O sistema de videovigilância e deteção automática de incêndios como componente de apoio à decisão está orçamentado em 450 mil euros e contempla a instalação de nove torres de videovigilância, distribuídas por vários concelhos da CIMRL, existindo já uma neste território, em Candeeiros, no concelho de Porto de Mós.
A proposta passa pela sua inclusão nos centros de gestão e controlo existentes, nomeadamente Comando Distrital de Operações de Socorro e GNR de Leiria, refere o documento “Estratégia Integrada para a Gestão e Conservação Florestal na CIMRL”.
“Há uma parte do território que já está coberta e o resultado tem sido excelente”, declarou Fernando Lopes, observando que o novo quadro comunitário é uma oportunidade para “suprir esta falha”.
Segundo o presidente da Câmara de Castanheira de Pera, a videovigilância na floresta, que definiu como prioritária, integra um projeto “muito mais ambicioso” da CIMRL, que inclui a elaboração de cartografia de risco (um milhão de euros), sistema de alerta e avisos de cheia (500 mil euros), remodelação do quartel dos Bombeiros Municipais de Leiria (400 mil euros) e aquisição de veículos operacionais (800 mil euros), que vai fazer parte dos Investimentos Territoriais Integrados da CIMRL ao Portugal 2020.
O presidente da Câmara de Castanheira de Pera destacou a importância da compra de veículos operacionais.
“Muitas vezes, nos incêndios grandes, confrontamo-nos com um problema de falta de equipamento e temos que andar a pedir a privados, o que demora muito tempo. E o ataque, quando o incêndio acontece, quanto mais tempo demorar, mais prejuízo há”, notou.
Fernando Lopes esclareceu que se a CIMRL tiver equipamento, como máquinas de rasto, “colocado estrategicamente em determinados locais, e se o puder utilizar precocemente, mais possibilidade tem de vencer esse grande flagelo” dos incêndios.
O responsável realçou, por outro lado, ser “fundamental” o cadastro florestal, estanhando que “toda a gente identifica esse problema e nunca ninguém deu o pontapé de saída para, de uma vez por todas, se começar a fazer o cadastro da propriedade florestal”.
“Parece-me que deveria ser por aí que deveríamos ter começado já há umas boas dezenas de anos, mas é muito mais difícil e muito mais oneroso, mas quanto mais demorarmos, mais difícil se torna”, reconheceu.
Integram a CIMRL os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Leiria, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.
RTP