É chegada a altura de receber os emigrantes e visitantes. Hora dos mirenses juntarem-se a eles e matarem saudades de uma Festa que é ansiosamente aguardada por todos. Em exclusivo ao Jornal Mira Online, Raul Almeida dá conta das expectativas de todos, incluindo as dele próprio!
Os preparativos
Semblante descontraído, apesar da natural azáfama preparatória do grande evento mirense, que não dará tréguas a ninguém, até ao desmanchar da feira, a partir do dia 26 de Julho. Foi assim que a reportagem do Jornal Mira Online encontrou o autarca mirense para, numa conversa informal, conhecer as ideias gerais que envolvem o São Tomé 2022, após dois anos de paragem forçada.
Admitindo ter existido “incerteza sobre a realização do São Tomé devido ao facto de, em 2020 não ter sido possível realizá-lo e, um ano mais tarde, sermos novamente confrontados com a necessidade de adiamento” o edil mirense fez questão de “agradecer o empenho total” da equipa de funcionários camarários, sob a coordenação do Vereador Tiago Cruz, “que tem trabalhado afincadamente para que tudo aconteça na perfeição… para eles todos, vai a minha palavra de gratidão profunda pois, eles estão a desempenhar um trabalho bastante cansativo que tem, como atenuante, a motivação de concluírem tudo atempadamente!”.
Questionado sobre os benefícios do evento para o Município, Raul Almeida enfatizou que “esta é uma Festa linda que, antes de mais nada, ao voltar a acontecer, contribui para a autoestima das pessoas residentes, ou não, no Concelho”. Mais ainda, deixou claro que “a economia local, a coesão social através da cultura e do desporto, o recorde de setenta stands de empresas e instituições, contribuem para além da dinámica associativa e empresarial, para que o benefício seja enorme para todos… e, isso é impossível mensurarmos, mas dá-nos a absoluta certeza de que o caminho a ser seguido é mesmo esse!”.
Entre o pagão e o religioso… e o destaque da Festa
Para o autarca, tanto a parte pagã como a religiosa do São Tomé, “conhecem bem o espaço que ocupam nestes dias, não havendo, por isso, preocupações sobre se há mais disto ou daquilo”. Classificando com algo fácil de conciliar (a diversidade), afirma “haver uma agenda muito intensa, como procissões, missas, cultura diversa, tasquinhas, espetáculos e tantas outras diferentes atividades” que são capazes de levar a todos aquilo que mais pretendem ver e conhecer nesses dias. “Matar as saudades de tudo isso” diz, “é o ponto fulcral que todos estão ansiosos por atingir!”.
Questionado sobre “as novidades que destaca” no evento, o autarca foi rápido na resposta: “a dinamização promovida pela AEM – Associação Empresarial de Mira – que já ambicionávamos concretizar mas que, somente agora foi possível. A parceria com a AEM é de grande importância para nós, visto que uns ajudam os outros: nós contribuímos para que os stands sejam o “chamariz” para a visibilidade das empresas e estas acabam por trazer mais pessoas ao recinto da Festa, uma vez que estarão presentes clientes e possíveis futuros clientes delas…”
Descentralização da Festa e crítica ao cartaz
Questionado sobre se via com bons olhos, alguma descentralização do São Tomé, levando algumas atividades para outros locais do Concelho, Raul Almeida afirmou peremptóriamente que “não pensamos nisso, pois o São Tomé é do Município e a sua centralidade é imprescindível, na nossa ótica”. Entretanto, o autarca deixou claro haver, “em 2023, como tivemos e estamos a ter em 2022, projetos de descentralização da cultura, levando-a às aldeias, para que todos dela possam usufruir com mais assiduidade”.
À pergunta sobre as críticas recebidas aquando da apresentação do cartaz oficial, “da falta de um dia específico para os artistas de Mira”, a resposta veio em forma de pergunta: “mas, os músicos, os escritores, os pintores, bem como outros, não são artistas? são! e eles estarão presentes durante todo o evento!”, veja-se, por exemplo, o caso da apresentação da FRM junto com o Hérman. “Os artistas não são só cantores – e é preciso dizer-se que, também estes estarão presentes nos grupos de bailes que se apresentarão e, também, que quatro cantores do Concelho estarão a participar no programa da RTP… eu não tenho dúvidas que a arte estará bem representada mas, quero deixar claro o motivo pelo qual não haverá o tal dia dos artistas mirenses: tivemos de encurtar num dia esta Festa e, assim sendo, apenas por mera opção, não incluímos no cartaz os “artistas exclusivamente mirenses”, uma coisa, aliás, que eu e minha equipa introduzimos na Festa, visto que isto não acontecia anteriormente!”
“Gosta do cartaz?”
Por fim, quando questionado se o “cidadão Raul Almeida não fosse o Presidente da Câmara Municipal de Mira estaria satifeito com o cartaz da Festa?” a resposta foi um claro “sim” pois, para ele, “procuramos alcançar todos os públicos, embora saibamos bem que isso é uma questão muito pessoal, de gostarmos ou não de um ou outro artista ou de uma ou outra atividade. Mas… sim, estaria satisfeito, pois teremos três momentos: um para os mais jovens e os adolescentes, outro para um público com mais idade, como no caso do Hérman José com a FRM e, por fim, o cabeça de cartaz, Diogo Piçarra, que é transversal a todas as idades”
Jornal Mira Online