Uma rapariga de 11 anos, violada pelo namorado da mãe, teve uma filha, em Assunção, capital do Paraguai, país onde o aborto é proibido e as gravidezes de menores são numerosas.
Dolores Castellanos, do hospital da Cruz Vermelha de Assunção, disse à agência France Presse que a rapariga está a recuperar normalmente da cesariana a que foi submetida, adiantando que a filha nasceu com 3,5 quilogramas.
A bebé foi batizada de Milagros (Milagre em espanhol).
O caso causou alvoroço no país católico e no estrangeiro porque as autoridades recusaram permitir que a rapariga fizesse um aborto.
A rapariga tinha 10 anos quando foi violada, fez 11 anos em maio, e o pai do bebé, de 42 anos, está detido a aguardar julgamento por violação. Pode ser condenado a um máximo de 15 anos.
A mãe da rapariga também foi detida por negligência, mas foi-lhe permitido ver a filha durante a gravidez.
“É um trágico lembrete para que o Paraguai reveja com urgência a sua legislação draconiana sobre o aborto”, comentou a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI).
Erika Guevara, diretora para as Américas da Amnistia Internacional, disse que o facto da rapariga ter sobrevivido “não desculpa as violações dos direitos humanos que sofreu às mãos das autoridades paraguaias, que decidiram jogar com a sua saúde, vida e integridade, apesar da sua gravidez ser de grande risco e de ser vítima de uma violação e uma criança”.
Jornal de Noticias