Quebra no número de peregrinos obriga Santuário de Fátima a despedir

Está em curso um plano de reestruturação devido à queda abrupta nas receitas causadas pela pandemia de Covid-19. Recinto tem 308 funcionários.

O Santuário de Fátima prepara-se para despedir até 50 trabalhadores. A indicação é confirmada nesta quarta-feira à Renascença pela porta-voz do recinto, na sequência da notícia inicialmente avançada pela TVI.

Face às quebras no número de peregrinos, o Santuário conversou com os funcionários e “deu-se-lhes a possibilidade de refletirem sobre a sua situação contratual de forma voluntária”, explica Carmo Rodeia.

“É prematuro falarmos em números para a redução de postos de trabalho, mas no final do processo julgo que não chegará a meia centena”, acrescenta.

A porta-voz do Santuário de Fátima explica que, “entre o dia 13 de março e o dia 30 de maio, o Santuário não teve peregrinos” e que, com o desconfinamento, “tivemos, nos meses de junho, julho e agosto, quebras nos grupos organizados superiores a 95%”.

“Com o adensar destas projeções que revelam que o fim da pandemia não será tão breve quanto o que desejaríamos, o Santuário decidiu implementar este plano de reestruturação”, conclui.

Atualmente, o Santuário de Fátima tem 308 trabalhadores. As propostas de rescisão amigável podem ser apresentadas até dia 15 de setembro.

Na terça-feira, o Cardeal Patriarca de Lisboa admitia que “a pandemia nos afetou muito como sociedade e como Igreja”.

Numa carta escrita aos diocesanos, D. Manuel Clemente recordou que a interrupção das “celebrações comunitárias”, mas também que já foram retomadas “sob estritas regras sanitárias”.

“Dou graças a Deus por tanta generosidade manifestada nas comunidades, bem como nos vários serviços públicos e particulares, estando certo de que nos reencontraremos mais próximos, justos e solidários, como necessariamente tem de ser”, termina.

André Rodrigues / Marta Grosso / RR