Quatro milésimas são uma eternidade…

Épico. Memorável. Arrepiante!

Há momentos em que o desporto transforma-se em algo surpreendentemente mágico. Há dias em que se esquecem as “arbitragens habilidosas”, as “artimanhas de bastidores”, a falta de respeito pela nobreza do suor de um atleta que se vê enganado e percebe que “algo anda por detrás de tudo isto”

Sábado, no pavilhão do Chelo encontraram-se homens “de barba rija”, que não se intimidam com o facto de serem amadores a lutarem contra tantas coisas estranhas. Chelo e Domus Nostra foram, mais uma vez, dignos oponentes, sem terem de ser inimigos: e assim se faz o mais puro desporto!

O Chelo abriu as hostilidades fazendo o 1-0 aos 5 minutos, tendo o Domus empatado de penalty, através de Cláudio, aos 17. O 1×1 foi o resultado com que jogadores e equipas técnicas foram para o balneário, na esperança de – no final – levarem para casa os 3 pontos.

Xiquito fez o 1-2, mas a equipa de Penacova veio a empatar, num contra-ataque rápido.

O Domus ia jogando “como se não houvesse amanhã” quando, a 4 minutos do fim, o Chelo fez o 3-2 que poderia ter sido o resultado final deste encontro que já se revelava equilibrado antes do seu início!

Mas – e há, muitas vezes, um “mas” – quem pensava que estava tudo acabado, errou redondamente. O Domus Nostra fez o que lhe competia: foi para cima do adversário na busca incessante do empate. E, quem conhece o futsal a sério, sabe bem que 4 minutos podem ser uma eternidade!

quatro milésimas do fim aconteceu uma daquelas coisas que fazem valer o facto de se gostar de desporto! Um livre de 10 metros cometido pelo capitão do Chelo e sua consequente expulsão por ter recebido o segundo amarelo, colocou o pavilhão em suspenso. E Mickey assumiu a tremenda responsabilidade de tudo conseguir ou tudo deitar a perder. É mesmo para homens de barba rija!

Não, Mickey não falhou… o Domus não perdeu… Tanta luta, tanta entrega, não foi em vão!

Um golo a 4 milésimas do fim, dando um empate, sabe – tantas vezes – bem mais que uma vitória!

Por vezes, a linha que divide a lágrima da tristeza do sorriso da felicidade é muito ténue. Mesmo a lágrima da alegria, tem o preço da entrega, da garra, do querer. É nestes momentos em que se sente a força que se tem! É nestes momentos que pouco importa se somos “pequenos” ou “gigantes”.

Em quatro milésimos, pode acreditar, é possível “ganhar uma equipa” para todo o percurso que ainda falta ser trilhado!

Mira Online

Fotos: João Filipe Terrível, a quem o Mira Online agradece a disponibilidade.