Desde há um mês que se acabaram as obras do centro da Vila de Mira. Foram tempos difíceis, com muito pó, muito barulho, muito asfalto trocado por pedras…
Houve quem se desesperasse e também houve quem “tentasse entender” os momentos por que passavam.
Assim, o Jornal Mira Online procurou escutar as pessoas que foram diretamente afetadas por estas obras: comerciantes e taxistas, que conviveram diariamente com todas as consequências deste “aparato” que se formou desde a entrada de Mira, até a saída daquilo que podemos chamar “centro da Vila”, na Av. 25 de Abril, “apanhando” um pouco da Rua das Pedregueiras.
Foram nove as pessoas que se habilitaram a falar. Respeitando sempre quem preferiu se abster, todas estão aqui em anonimato, por merecerem, também, o respeito desta reportagem.
Mas, vamos aos factos:
No geral, a grande maioria dos entrevistados acabou por concordar num ponto: o resultado final está aprovado! Já, quanto ao “método”, aí as coisas são bem mais questionáveis…
Em contrapartida, o tema “estacionamento” recebeu quase que unanimidade no sentido negativo, pois somente um dos inquiridos “aprovou” o número de lugares para estacionamento. De resto, todos os outros apontam este ponto como “uma falha clara”, pois acreditam que para as pessoas se deslocarem ao centro, têm de ter espaço para estacionar, e o que tem ocorrido é extamente o contrário: filas duplas (por vezes, tripla), estacionamentos em saídas de garagens, e até… estacionamentos em locais reservados para pessoas portadoras de deficiências!
Muitos acreditam que “ninguém faz obras sem se perder qualquer coisa”, e este “qualquer coisa” significou uma variável entre 25 a 75% de perdas de receitas durante o período! Assim, como recuperar um pouco estas perdas? A maioria disse que “se houver mais atividades, que chamem as pessoas novamente ao centro, como algo cultural, estas perdas podem ser minimizadas. Recuperadas, é que dificilmente serão!”
A acessibilidade, em conjunto com o “timing” da obra, parecem ser as principais razões de queixas, pois chegaram a “apanhar” uma boa parte do mês de Julho, quando já cá estavam muitos turistas, tendo-os “afugentado” para outras paragens.
Mas, a “parte superior” da obra, que fica entre a rotunda pequena que se construiu e os semáforos, também são pontos “negativos” para quem cá está. O facto de se ter construído um obstáculo para quem quer ir para o lado sul (sentido Figueira da Foz), faz com que alguns automobilistas, simplesmente “passem por cima” de tal obstáculo, sujeitando-se a ter problemas de suspensão ou furos de pneus. A paciência é pequena para quem tem de ficar em uma fila, quando o lado para onde se quer dirigir, está vazio…
Os taxistas também sentem que o problema que lhes assiste é importante: “Se somos 6 táxis e estamos no meio de pelo menos 2, ao haver uma chamada, como fazemos para sair? Das duas, uma: ou alguém tem de sair da frente ou de trás, ou temos que passar por cima do passeio, já que não há espaço físico para fazê-lo!”
Como provam as palavras aqui transcritas, é impossível fazer-se algo que tenha uma certa envergadura, que agrade a todos! Cada um tem uma maneira de “ver” uma determinada situação. E, foi isso o que o Jornal Mira Online, pretendeu: saber o que “vai na alma” destes comerciantes e taxistas; dar a palavra a quem pode, com seus exemplos, ajudar a melhorar um pouco no muito que ainda há por se fazer.
Gostaram do “produto final”, sim… mas, isto não os impede de ver o que foi feito pelo seu prisma, e de deixar a “sua mensagem” para que as autoridades “tomem nota”.
Como alguém disse durante este inquérito/reportagem “Isto está mais “airoso”, mais bonito, mais chamativo”. Só que, outro alguém disse, também “quem está por detrás das secretárias, ao elaborar um projeto destes, deve pensar não só na beleza estética, mas também, na funcionalidade”…
Aqui estão diversas opiniões. Analise friamente e tire a sua conclusão, também. Dê a sua opinião! Contribua com sua cidadania, “dizendo de sua justiça”. A isto chamamos, felizmente, há muitos anos… “Democracia”…