Profissionais da PSP e da GNR aproveitaram hoje a última etapa da Volta a Portugal em Bicicleta para mostrar o seu descontentamento relativamente ao valor fixado pelo Governo para o suplemento de risco, que consideram “uma esmola”.
Profissionais da PSP e da GNR aproveitaram hoje a última etapa da Volta a Portugal em Bicicleta para mostrar o seu descontentamento relativamente ao valor fixado pelo Governo para o suplemento de risco, que consideram “uma esmola”.
“Este valor é uma esmola. Sessenta e oito euros representa o risco de vida de alguém? Não. Sessenta e oito euros não chega, é muito pouco”, afirmou aos jornalistas o coordenador da região Centro da Associação dos Profissionais da Guarda (APG-GNR), Rui Sousa.
O dirigente falava na cidade de Viseu, à entrada de um túnel integrado no percurso da Volta, onde foram colocadas faixas com as inscrições “Portugal é um país seguro. Obrigado, mas…”, “Somos alvos em movimento” e “MAI. Nada?”
Somos o primeiro órgão de polícia criminal a chegar aos locais do crime, ao indivíduo que está a agredir a mulher, ao tiroteio. A todas as situações de elevada perigosidade, somos os primeiros a chegar. Não chegamos lá quando aquilo já está sossegado”, frisou.
Por chegarem ao locais quando tudo ainda está “a ferver e num momento de perigo”, esses profissionais consideram que “não são 68,96 euros que cobrem esse risco”.
“Não nos dão a volta”, “68 euros não é a meta”, “A nossa re-volta” eram frases que podiam ler-se em cartazes que os presentes tinham nas mãos.
O dirigente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) Cristiano Correia afirmou aos jornalistas que, “apesar de as reuniões, de uma forma formal, terem terminado, há ainda uma janela importante de oportunidade” para que os grupos parlamentares, “em sede de discussão do Orçamento de Estado”, possam melhorar este valor.
“Este valor não é suficiente para aquele que é o risco que todos nós corremos, quer seja a organizar um evento desportivo destes, quer seja numa qualquer outra ocorrência do dia a dia ou noutro tipo de ações mais complexas que a polícia possa intervir”, sublinhou.
Rui Sousa explicou que os profissionais não aceitam nem os 68,96 euros, nem que “o Governo queira alterar um subsídio que já existe – o suplemento das forças de segurança – e queira lá acrescentar algum valor e chamar àquilo subsídio de risco”. .