Comunicado da Concelhia do PS de Cantanhede, que pode ler, abaixo, na íntegra:
“Não é normal uma câmara ter saldo de gerência positivo (1.878.321,21). E num ano de pandemia não seria expectável. O normal, para nós, com um orçamento bem delineado, é não haver lucro. Aliás, o fato de se gastar saldo a mais ou a menos significa que o orçamento não está bem executado.
No entanto, pode cair-se na tentação de achar que está perante um ato de boa gestão. Do ponto de visto teórico, até é bom. Porém, estamos a falar de uma câmara municipal que obteve este resultado em ano de pandemia. Um ano que é, como todos sabemos, infelizmente inédito. É, e tem sido, um tempo composto por dificuldades extraordinárias para o mundo e para o país em geral, e para os munícipes de Cantanhede em particular.
Este resultado significa simplesmente que a Câmara Municipal de Cantanhede (CMC), com este saldo gerência, teve a possibilidade de ajudar os seus munícipes, baixando-lhes, por exemplo, a carga fiscal (IMI, IRS, Derrama etc.), em ano de pandemia, e por opção, meramente política, não o fez. E pior – pelos vistos, esta câmara do PSD, liderada por Helena Teodósio, continuará a manter o foco em obter um saldo de gerência positivo para o ano que vem. Assim dizem os documentos apresentados e as intenções da quem lidera a câmara!
Baixar a carga fiscal camarária para os munícipes é uma luta de há muitos anos dos deputados e dos vereadores eleitos pelo Partido Socialista (PS) na CMC. Achamos que, com este saldo de gerência, manter esta carga fiscal sobre os munícipes não faz sentido! Podiam e deviam ter disponibilizado este saldo de gerência ou uma parte dele para apoiar a economia local e promover mais apoios sociais em ano de pandemia. Mas por opção esta câmara do PSD não o fez!
Do ponto de vista dos munícipes, uma postura de alívio e auxílio durante este flagelo pandémico seria muito mais viável do que a câmara ter saldo de gerência! Aliás, basta ver que esta opção de impor políticas mais sociais têm sido aplicadas por algumas câmaras – desde o início da pandemia. Portanto, só mostra que o PS nesta questão não está errado. Pelos vistos, quem está em contracorrente é a CMC. Para o PS manter esta política económica em tempos de pandemia não faz sentido nenhum. É uma opção de gestão errada.
Neste momento o importante é pensar nas pessoas e não nos números!
Em jeito de conclusão propomos o seguinte cenário – imaginem, por exemplo, se o governo de António Costa dissesse que vem aí a “bazuca financeira” para apoiar a nossa economia e auxiliar os vários setores da sociedade, durante esta pandemia, mas a opção política seria saldar a dívida que temos para com a Europa. Como é que acham que o país iria reagir?
Gerir uma câmara, como quem está a gerir uma empresa é errado! E em ano de pandemia é inaceitável! Em tempos de grandes dificuldades, como os que vivemos, pouco interessa às pessoas que a câmara tenha saldo de gerência. Os munícipes precisam é de ajuda para lidar com os desafios acrescidos pelo Covid19 e não de políticas tecnocratas gizadas por intenções e medidas meramente numéricas.
É importante sublinhar que a imposição destas medidas não colocaria em causa o fato da CMC ser uma das edilidades boas pagadoras em Portugal.
Compreendemos que os tempos em que esta câmara do PSD esteve sobre sufoco financeiro do Plano de Saneamento possam ter deixado escola, mas nesta altura nada justifica que a câmara não possa aliviar a carga fiscal sobre os munícipes.
Ter saldo de gerência em ano de pandemia, para nós não é motivo orgulho, é motivo de preocupação…
PS Cantanhede”