Projeto internacional quer reduzir o uso de cobre na vinha

Um consórcio internacional do setor vitivinícola está a desenvolver o projeto COPPEREPLACE que pretende reduzir o uso de cobre na vinha e tem um orçamento de 1,6 milhões de euros, anunciou hoje o parceiro de Vila Real.

A Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), com sede em Vila Real, participa no projeto, que é liderado pela espanhola Plataforma Tecnológica del Vino (PTV), através do seu Departamento de Serviços Técnicos e do Laboratório Colaborativo da Vinha e do Vinho (CoLAB Vines&Wines).

A iniciativa junta 13 parceiros de Portugal, Espanha e França que, segundo o comunicado divulgado pela ADVID, “uniram esforços para reduzir significativamente o uso de cobre na viticultura, bem como o seu impacto ambiental”.

Trata-se, acrescentou, de “uma iniciativa inovadora que tem como foco a Europa e cujo objetivo é oferecer soluções integradas, sustentáveis e alinhadas com métodos de produção amigos do ambiente”.

O cobre é uma substância utilizada na vinha já desde os finais do século XIX, mas a sua utilização repetida ao longo dos anos está a causar impactos negativos.

Os produtos à base de cobre são muito utilizados na agricultura biológica para o tratamento do míldio.

Intitulado “Desenvolvimento e implementação integral de novas tecnologias, produtos e estratégias para reduzir a aplicação de cobre em vinhedos e remediar solos contaminados na região Sudoe”, o COPPEREPLACE vai desenvolver-se até 2023, dispõe de um orçamento de 1,6 milhões de euros e recebeu um financiamento acima de um milhão de euros por parte do Programa de Cooperação Interreg V-B Sudoeste Europeu (Interreg Sudoe).

Segundo o comunicado, o objetivo do projeto consiste em “validar uma série de soluções integradas, inovadoras e viáveis para reduzir o uso de cobre” e as soluções “serão transferíveis e duradouras, para que o setor vitivinícola cumpra a lei europeia”.

O consórcio criou grupos de trabalho para diferentes estudos e investigações, como o teste e implementação de produtos emergentes que substituam o cobre como agente de controlo de doenças em vinhedos e a identificação de solos vulneráveis à contaminação por cobre, e a implementação de novas técnicas para remediação de solos e impacto no reaparecimento de doenças fúngicas.

De acordo com o plano de trabalho, outros grupos vão desenvolver novas estratégias de gestão de vinhedos para otimizar a distribuição de fitossanitários por spray ou ainda desenvolver e implementar um sistema de manuseamento integrado com doses baixas ou nulas de cobre, adaptado a cada condição de cultivo.

Será também feita a avaliação de impacto económico, ambiental e social da nova ferramenta de manuseamento de vinhedos e criada uma rede de conhecimento sobre usos alternativos ao cobre em vinhedos e técnicas de remediação de solos.

Esta rede de ‘stakeholders’, constituída por viticultores e outros representantes do setor vitivinícola internacional, pretende envolver todos os intervenientes interessados no projeto, para que possam contribuir com os seus conhecimentos e competências.

O consórcio junta ainda o Institut François de la Vigne et du Vin (IFV), o Centro de Valorización Ambiental del Norte (CVAN), a Universitat Politècnica de Catalunya (UPC-UMA), a Vignerons Bio Nouvelle Aquitaine (SVBNA), a Fundación EURECAT, a Familia Torres, a Universidade do Porto (GreenUPorto), a Universidad de Vigo, a LBS (Gérard Bertrand) e a Jean Leon.

Lusa