Durante a leitura da sentença, o juiz salientou as circunstâncias fora do comum e a gravidade do caso, bem como a ausência de remorsos por parte do arguido que disparou 30 tiros contra a mulher e o filho mais velho.
Um emigrante português foi esta segunda-feira condenado a prisão perpétua, na Suíça, pelo assassinato da mulher e do filho mais velho do casal, avança a edição online do jornal “Le Matin”.
A decisão foi conhecida após dois dias de julgamento no Tribunal Distrital do Broye e Nord Vaudois, em que foram ouvidas testemunhas e os argumentos da defesa e da acusação.
O juiz declarou que o suspeito, de 53 anos, terá de ser deportado para Portugal se algum dia for libertado pelas autoridades suíças.
Durante a leitura da sentença, o juiz salientou as circunstâncias fora do comum e a gravidade do caso, bem como a ausência de remorsos por parte do arguido.
A procuradora que acusou o emigrante português, natural de Santa Maria da Feira, pelos homicídios da mulher e do filho, tinha pedido a pena máxima e expulsão da Suíça para o arguido.
O português estava acusado de ter alvejado mortalmente a mulher e o seu filho mais velho, em Payerne, em 25 de Abril de 2018, após uma violenta discussão.
O emigrante, pedreiro de profissão que vivia na Suíça desde 2006, terá disparado cerca de três dezenas de tiros contra as vítimas.
Questionado pelo presidente do tribunal, na audiência de 16 de agosto, o português reconheceu “desentendimentos” com a sua mulher, mas assegurou que não imaginava que poderia ter-se transformado em tal “barbaridade”.
O emigrante negou ainda ter ido na noite do crime ao apartamento da mulher, de quem vivia separado há cerca de um ano, para a matar. No entanto, não conseguiu explicar os motivos pelos quais estava munido de uma arma carregada e um segundo carregador no dia do crime.
A mulher do acusado, também portuguesa, vivia com os seus dois filhos, de 13 e 18 anos, num apartamento no centro da cidade de Payerne. A vítima tinha deixado a casa familiar em setembro de 2017, por não suportar as agressões, insultos e ameaças de morte a que tinha sido sujeita durante vários anos pelo marido.
O Ministério Público afirma que nos dias que antecederam a tragédia, o homicida terá enviado várias mensagens de texto nas quais insultava a mulher, após uma visita a casa da vítima, onde houve uma violenta discussão. Sem resposta às mensagens enviadas, o homem terá decidido ir a casa da vítima onde acaba por matar o seu filho mais velho e a mulher com 30 tiros.
Na noite do crime, o emigrante português terá confessado ter matado a mulher e o filho a pessoas próximas e, após uma negociação com a polícia, rendeu-se na madrugada do dia seguinte.