Prisão efetiva dois anos e nove meses para jovem acusado de planear ataque à universidade

19.12.2022 –

Vai cumprir pena num estabelecimento destinado a inimputáveis.

Foi conhecido, esta manhã, acórdão relativo ao julgamento do estudante acusado de planear um ataque terrorista à Faculdade de Ciências de Lisboa. João Carreira foi absolvido por terrorismo e condenado a prisão efetiva de dois anos e nove meses, por posse de arma proibida.

Vai cumprir a pena num estabelecimento destinado a inimputáveis com acompanhamento psiquiátrico.

No acórdão, o coletivo de juízes presidido por Nuno Costa considerou não terem ficado preenchidos os requisitos dos crimes de terrorismo de que o arguido vinha acusado pelo Ministério Público, nem o crime de treino para terrorismo que tinha sido pedido pela procuradora durante as alegações finais.

À saída do tribunal, o a advogado de defesa disse estar “muito satisfeito” com a decisão.

Quanto ao internamento com acompanhamento psiquiátrico, Jorge Pargana considera que a “recomendação se justifica e que é importante que ele tenha esse acompanhamento dentro ou fora de uma instituição.”

“Há que dar oportunidade a este jovem de se inserir e de se desenvolver”, remata.

Ataque estava planeado para fevereiro

Durante o julgamento, o arguido admitiu que se propunha a efetuar no mínimo três homicídios.

Segundo o plano desmantelado pela PJ, a ação terrorista concebida por João Carreira estava marcada para 11 de fevereiro deste ano. Após ser detido ficou em prisão preventiva, tendo a medida de coação sido substituída por internamento preventivo no Hospital Prisional de Caxias.

O advogado de defesa alegou que o ato violento imputado a João Carreira não seria concretizado, uma vez que já tinha sido adiado várias vezes. Enfatizou que o jovem – acusado de dois crimes de terrorismo (um dos quais na forma tentada) e de um crime de detenção de arma proibida – foi detido em casa sem ter levado a cabo o ataque.

O aluno de engenharia informática comprou várias armas – facas, uma besta e cocktails molotov – para levar a cabo o atentado.

Liliana Monteiro / RR