Primeiro dia de greve dos enfermeiros com adesão entre os 75% e os 80%

A adesão ao primeiro dia de greve dos enfermeiros situou-se entre os 75% e os 80%, segundo dados da dirigente Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) cerca das 08:45 de hoje.

“No início da greve tivemos uma adesão de entre 75% a 80% e no turno da noite de 75%. No que diz respeito ao turno da manhã de hoje ainda não conseguimos avançar com um número”, disse à Lusa, Guadalupe Simões.

Na quinta-feira, os serviços mais afetados devido à paralisação nacional foram as consultas externas, os blocos de cirurgia nos hospitais e os centros de saúde.

Os sindicatos dos enfermeiros deram início, às 08:00 de quinta-feira, a dois dias de greve nacional para pressionar o Governo a apresentar uma contraproposta ao diploma da carreira de enfermagem.

Para os sindicatos, “é totalmente intolerável” a proposta que o Ministério da Saúde apresentou como proposta de carreira para a sua revisão da classe de enfermagem.

Em declarações à Lusa, a dirigente do SEP Guadalupe Simões adiantou que “a principal reivindicação” dos sindicatos prende-se com a apresentação por parte do Governo de uma proposta que esteja de acordo com os compromissos inscritos no âmbito do protocolo negocial.

“O Governo assumiu o compromisso de valorizar a carreira de enfermagem, de valorizar as funções de enfermeiro especialista e de enfermeiros na área da gestão e, vergonhosamente, a proposta que apresentou é ao arrepio dos compromissos assumidos e, portanto, não nos restou alternativa se não manter esta greve e apelar a uma adesão maciça dos enfermeiros”, disse Guadalupe Simões.

Numa reunião negocial que teve na terça-feira, a CNESE, comissão que reúne o SEP e o SERAM (Sindicato de Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira), teve “a oportunidade de oralmente repudiar a proposta apresentada pelo Governo, apesar de já o ter feito por escrito”, contou.

Os sindicatos reivindicam também o pagamento do suplemento remuneratório aos enfermeiros especialistas, a admissão de mais profissionais de saúde, um salário mínimo de 1600 euros mensais, a possibilidade de chegar ao topo da carreira técnica superior, suplementos para funções de especialista, a criação de categoria na área da gestão e a aposentação antes dos 66 anos

A greve foi convocada por todos os sindicatos de enfermeiros (SEP, Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros e o SERAM).

Lusa