A  defesa da costa Norte pode custar 780 milhões de euros nos próximos 30 anos, refere um relatório sobre a defesa do litoral português.

No Sumário Executivo e Recomendações do relatório do Grupo de Trabalho do Litoral (GTL) lê-se que o risco associado ao galgamento, inundação e erosão é “especialmente elevado” em alguns troços desta região costeira e que, naquela zona, a protecção da costa representa, igualmente, a defesa “do vasto e muito valioso território interior da Ria de Aveiro”.

“Quando se fala de risco é porque há um valor humano que fica vulnerável ao galgamento, inundação e erosão, o problema central da nossa costa”, explicou Filipe Duarte Santos, coordenador do GTL, à Renascença.

Os investigadores referem que, em consequência, será necessário manter a linha de costa, de modo a evitar o rompimento da restinga protectora da Ria de Aveiro “por meio de intervenções de alimentação artificial”.

No capítulo do documento intitulado “Análise de estratégias de intervenção em troços críticos”, o GTL aponta dois cenários – não especificados – de subida do nível médio global do mar, estimando que os custos associados à alimentação artificial das praias variam entre os 740 e 780 milhões de euros nos próximos 30 anos até aos 1.900 a 2.300 milhões de euros a 90 anos.

Já no litoral entre o Minho e Douro, os investigadores frisam que o elevado défice sedimentar registado tem consequências no recuo da generalidade das praias, na progressiva substituição de praias de areia por praias de cascalho e em situações de risco elevado relacionadas com a construção de barragens e dragagens no leito dos rios.

Nos troços costeiros a sul das barras de Aveiro e Figueira da Foz, os “graves problemas de erosão” registados estão, segundo o GTL, relacionados com a retenção de areias devido aos molhes das estruturas portuárias – nas praias de São Jacinto e Figueira da Foz – preconizando-se a implementação de mecanismos de transposição sedimentar (igualmente não especificados) naquelas barras.