Prémio Carlos Magno entregue ao Papa Francisco

Jean-Claude Juncker, Donald Tusk e Martin Schulz estão em Roma para entregar o prémio, criado em 1948 para distinguir os euro-comprometidos.

Os presidentes das três principais instituições da União Europeia, Jean-Claude Juncker (Comissão), Donald Tusk (Conselho) e Martin Schulz, (Parlamento Europeu) estão em Roma para entregar o Prémio Carlos Magno ao papa Francisco. Criado em 1948 na Alemanha, o prémio pretende distinguir os que “trabalhavam para a unificação europeia”, diz o seu regulamento. O prémio é normalmente entregue na cidade de Aachen, mas o Papa pediu para ser no Vaticano.

Entre os convidados para cerimónia, que terá lugar ao meio-dia (11 horas de Lisboa), são esperados a chanceler alemã, Angela Merkel, Matteo Renzi, primeiro-ministro italiano, o rei Felipe VI de Espanha, e Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, entre muitos outros.

Segundo vários comentadores, a entrega do prémio está longe de ser ‘inocente’: numa Europa cujos valores que serviram a unificação estão em crescente desacreditação, o Papa pode ser, pelo menos na visão da União Europeia, a ‘argamassa’ necessária para fazer juntar as partes em desagregação.

Desde que foi eleito, o Papa não tem recusado esse papel: para além de estar a empreender a força ‘secreta’ mas profunda do governo do Vaticano (a Cúria), Francisco tem assumido um papel unificador do sentido unionista profundo que entende encontrar na sociedade europeia. Mesmo que para isso vá de encontro ao que o lado político dessa união – a própria União, consubstanciada na Comissão – pensa desta espécie de aventura comum. Isso mesmo ficou bem patente quando o Papa Francisco foi, no mês passado, visitar campos de refugiados na Grécia, deixando a descoberto que as declarações da Comissão sobre a qualidade do acordo entre a EU e a Turquia para o controlo dos refugiados  eram simples mentiras.