PRAIA DE MIRA TEVE ARGUMENTOS PRÓS E CONTRA TOURADAS

O ambiente esteve tenso durante muito tempo.
De um lado, manifestantes contra touradas com megafones e suas “palavras de ordem”, como por exemplo “Pessoas educadas não vão às touradas” ou “Tourada em Portugal: vergonha nacional”.
Do outro lado, aficionados que se dividiam entre ver a tourada e dar “uma espiadinha” lá para fora, a ver os manifestantes.
Pelo meio, o corpo de intervenção da GNR, que esteve sempre atento a todas as manifestações.
Chegou mesmo a haver momentos mais drásticos, que – por pouco – não resultaram em agressão. Houve também uma aparente tentativa de atropelamento a alguns manifestantes.
Este não eram muitos – cerca de meia centena – mas eram ruidosos e fizeram-se ouvir antes, durante e depois da tourada.
O JORNAL MIRA ONLINE  esteve lá para dar voz a ambos os lados, procurando argumentos e razões.

Poucos quiseram falar, mas Vitor Loureiro, o líder da manifestação, não calava a revolta, ao afirmar “não entender o porquê da tentativa de atropelamento não ter dado em uma atitude mais firme do sr. Comandante da GNR, identificando os agressores”. Mais, dizia que “enquanto outros países civilizados e mesmo em Espanha, que é tradicionalmente um país que adora touradas, vão sendo fechadas praças de touros e as pessoas vão perdendo interesse, aqui em Portugal vai-se seguindo o caminho contrário. Cada Praça destas, desmontável, custa cerca de 85 mil euros, e o Estado subsidia “espetáculos” como este, em 16 milhões de euros por ano, para quem mata animais”.
Da parte de quem esteve lá dentro, o JORNAL MIRA ONLINE conseguiu chegar a fala somente com duas pessoas. Por sinal, bem conhecidas em Mira: os irmãos João e Vítor Ferreira, que estão emigrados em França há alguns anos, mas não quiseram perder a “oportunidade de ver isto”. Visivelmente muito felizes, no final da tourada, disseram que gostam “de tudo numa tourada, tanto a pé como a cavalo”. Quanto aos “tolos” – segundo eles – que protestavam ali perto, “deveriam era ir trabalhar, por que uma tourada é uma tradição que deve ser preservada”.
O que restou desta manifestação, então?
Talvez muita coisa. Talvez nada.
Pode ser que manifestações como estas, aqui e acolá resultem numa  “mudança de mentalidades” – é esta a esperança dos manifestantes. Ou, pode ser que as pessoas “não liguem a estes tolos” e sigam em frente com o mesmo desejo de ver as touradas – é isto o que dizem os que são a favor.
 De qualquer forma, se haverá ou não mudanças nesta “guerra aberta sem fim a vista”, só o tempo irá dizer…