PRAIA DE MIRA: FRANCISCO REIGOTA FAZ UM ANO DE MANDATO

É jovem. Dá-se bem com toda a gente na “sua” terra. Está sempre ativo (não pára de atender chamadas e pessoas que se deslocam à Junta de Freguesia). Enquanto o dia corre em velocidade vertiginosa, lá encontra tempo para “dar umas palavrinhas”, em exclusivo ao Jornal Mira Online

Assim é Francisco Soares Reigota o homem que tomou posse, faz hoje exatamente um ano, dos destinos da Junta de Freguesia da Praia de Mira.

Francisco Reigota procurou formar uma equipa coesa, porém, com pessoas de todas as idades, estratos sociais, ou níveis culturais. Para ele, pouco importa se a pessoa tem uma licenciatura, ou não, se é sénior ou ainda um jovem idealista, como ele próprio. O que lhe interessa, segundo o próprio é que a Praia seja o reflexo do lema da sua candidatura: trabalho e mais trabalho”.

Aos poucos vai desfiando as suas preocupações, as suas ambições para a localidade, a sua forma de pensar…

É o único Presidente do PS, de uma Junta de Freguesia, no Concelho. Isso não o inibe em nada quando está em reuniões com a autarquia. Para ele, a cor política “vale o que vale”. Os “ataques” deixam de ter razão de existir, quando há motivos para acompanhar o que a Câmara faz bem. Assim, não teve nenhum problema em sancionar o último orçamento camarário, por exemplo.

Francisco diz que, ao assumir, teve de “avaliar como funcionava a casa”, para – somente depois – colocar a “sua impressão digital” como autarca. Mesmo assim, reclama uma maior definição das verdadeiras competências à que a Junta está sujeita, já que – diz ele – “todos os dias se fazem obras que não são da competência da Junta”. Para ele, estas devem ser assumidas “por quem de direito”. Isto tudo para não falar nas verbas que são “exíguas” e na necessidade de obter “maior autonomia e condições para se intervir no território”.

Faz questão de lembrar que a Praia tem uma “importância elevada a nível distrital, por ser o cartão de visita do Concelho”, e – como tal – deve ser respeitada. Por isso, reclama uma melhor avaliação na atribuição de verbas, sem desprimor para nenhuma outra Freguesia. É que, diz ele, “não se pode avaliar o valor a ser dado de uma forma redutora, tipo “régua/esquadro”. A Praia de Mira tem, pelas suas contas “3.800 residentes, que se transformam em 40.000 pessoas, durante a época balnear”. E isto faz toda a diferença!

Francisco Reigota diz-se presidente “de todos os cidadãos” da Praia, sem fazer distinção da cor política de cada um. Por isto, espera, sinceramente “que também a nível autárquico” as coisas sejam  sempre “tratadas da mesma forma”. Para ele, se tudo correr bem no relacionamento Câmara/Junta de Freguesia, todos, sem exceção, saem a ganhar… a começar pela população!

Eis algumas das maiores preocupações do autarca:

– A manutenção dos equipamentos, da área florestal e da Barrinha;

– O “nascimento” de outro cemitério, visto que o atual está quase que totalmente lotado.

– A “Videira Sul”.

Vamos por partes: Quanto à Barrinha, o presidente da Junta diz que “ninguém pode esquecer-se que ali deve haver uma atuação firme e pronta!” Ela faz parte da “belíssima paisagem natural formada em conjunto com a floresta, o areal e o mar, e são fontes de riqueza turística para o Concelho de Mira”. Ele não se conforma por ainda não haver uma resposta a esta “urgente e justa preocupação”, pois, na sua opinião, o “governo deve assumir de uma vez por todas a resolução deste assunto, ainda mais por ter um ministro que é da região e verdadeiramente conhecedor do que se passa”.

O que o entristece é ver que é “cada vez mais difícil utilizar a Barrinha de uma forma saudável, ainda para mais sabendo que ela é um motor de desenvolvimento para o Concelho”. Por isso, pede à Câmara Municipal, que o apoie nesta “empreitada”, sensibilizando o poder central para esta necessidade premente.

Quanto ao cemitério que já faz falta, afirma estar em curso uma “solução alternativa”, pois precisa deixar acautelada a situação, caso ainda demore mais tempo para estar concluído o processo de construção do novo equipamento. Diz-se preocupado, pois “desde o final de 2013 – há um ano, praticamente – tenta-se desbloquear esta situação, mas a demora para a resolução do problema, é maior do que era espectável”. Mesmo assim, pensa que tudo se irá “resolver a breve trecho.. o mais tardar até ao final de Janeiro de 2015, tudo estará pronto… caso não aconteçam mais atrasos!”

Por fim, a “Videira Sul”. Dizendo “não ter uma posição oficial tomada, pois este é um assunto que compete À Câmara Municipal”, Francisco Reigota, disponibiliza a Junta de Freguesia “para ser encontrada uma solução para o problema”. Assim, caso seja chamada a ajudar na procura de uma solução adequada e eficaz, “a Junta procurará colaborar em todos os sentidos, inclusive na intervenção, se este for o caso”. Mas, ele alerta para o facto deste ser “um assunto melindroso, que deve ser resolvido para o bem de todos”. Assim, diz-se “expectante”, à espera de que as coisas “se componham”…

O Jornal Mira Online fez questão, também, de ser a “voz” dos sócios e simpatizantes do clube emblemático da Praia de Mira: o Touring. Sendo este o único clube a competir no escalão máximo da Associação de Futebol de Coimbra, na categoria de Seniores, as pessoas perguntam-se “para quando” terá um campo relvado como a grande maioria dos seus outros concorrentes?

A resposta foi pragmática: “Existe um Estádio Municipal. Como tal, apesar de haver um protocolo com o “Ala Arriba”, ele é feito para ser usado pelas diversas coletividades do município”. Em sua opinião, a Junta não pode, nem deve disponibilizar-se para “fazer um relvado cujo custo é maior que o orçamento anual dela própria”. Esta é uma questão, segundo ele, que deve ser colocada à Câmara Municipal de Mira. Porém, ele entende que, com o Novo Quadro Comunitário”, é necessário haver uma estratégia consertada com o objetivo de se conseguir atingir tal desiderato. Para Francisco Reigota, as áreas “ambiente, desporto e turismo” devem ser colocadas em conjunto para que uma eventual candidatura aos fundos comunitários possa ter sucesso. Já que existe uma necessidade premente de manutenção de “equipamentos como a Pista Pedonal, onde treinam atletas de altíssimo nível, por que não conjugar uma pista com o estádio?” pergunta ele. Mais do que pensar o “relvado”, Francisco Reigota pensa “além”: para ele é fundamental uma estratégia ambiental que promova o turismo, e tudo conjugado “saem todos a ganhar… inclusive o Touring Clube da Praia de Mira”.

Como nota de rodapé, fica aqui uma notícia em primeira mão, dada por Francisco Reigota ao Jornal Mira Online: Dentro de poucos dias será apresentada a nova imagem da Junta de Freguesia da Praia de Mira, “num ato simples e breve, porém carregado de simbolismo”.

Não se trata somente de mudar a imagem no papel. O que Francisco Reigota tem procurado fazer, e continuará a fazer “nos próximos três anos”, é mudar a imagem da localidade, para melhor. O que ele e a sua equipa pretendem é ver a população ter orgulho em ali viver. Muito mais que um novo símbolo, importa – para ele – é que haja uma “procura constante por novos e melhores tempos”. Na sua opinião, a população da Praia de Mira merece mais e melhores condições. E, Francisco Reigota não descansará enquanto não conseguir este objetivo. Por que? Ele mesmo responde: “Quem está aqui tem de saber arregaçar as mangas e vestir fato e gravata. Tem de possuir sensibilidade para ir à luta em todos os campos. Ser multifacetado. Mas, principalmente – ser completamente insatisfeito com o que se conquistou até ao momento. Parar é morrer!”