Um estudo da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) e do ISCTE revela que os portugueses procuram cada vez menos notícias nos jornais impressos, aumentando a utilização da internet, mas a televisão continua a ser o meio de comunicação rei.
O inquérito, baseado nos produzidos pelo Oxford Reuters Institute, e aplicado a uma amostra de 1.035 pessoas, procura “perceber como se consomem as notícias em Portugal”.
O estudo, divulgado esta quinta-feira, indica que dos 67% de utilizadores da internet em Portugal a maioria acede à rede através do computador, do “smartphone” e do “tablet”, e o número de utilizadores aumenta com o grau de escolaridade e diminui com a idade.
Mas é à frente da televisão que as pessoas gastam mais tempo (logo seguido do computador) e também onde procuram mais conteúdos noticiosos. Depois da televisão, seguem-se as redes sociais (onde se destaca o Facebook, procurado por 75,8% dos utilizadores para ler notícias), os jornais impressos e só depois a rádio.
Pagar, eu?
No último ano foram várias as apostas feitas no mundo digital em Portugal como o Observador (gratuito) ou o Expresso Diário (pago). Contudo apenas 1,8% dos inquiridos admite ter pago por notícias “online” no último ano, em contraste com a média de 11% calculada pelo Oxford Reuters Institute. “Apesar desta baixa adesão aos conteúdos noticiosos pagos, os portugueses estão entre os que mais estarão dispostos a pagar por conteúdos noticiosos no futuro”, lê-se no comunicado da ERC.
Mas nestes meios digitais as previsões são positivas, o mesmo não se pode dizer para os media mais “tradicionais”. Quando toca à procura de conteúdos noticiosos os jornais, as revistas e mesmo a rádio já não são, nem a primeira, nem a segunda escolha.
Questionados sobre o que os levaria a ler mais jornais impressos, os inquiridos apontaram a descida de preços, novos temas informativos e jornalismo de melhor qualidade como incentivos para o fazer.
O que não quer dizer que os portugueses encarem o jornalismo com maus olhos: os utilizadores consideram tanto as marcas como os jornalistas “muito importantes” enquanto fontes noticiosas “dotadas de credibilidade”.