Ema Dantas vai tentar ser a primeira mulher portuguesa a subir aos sete cumes mais altos do mundo, uma aventura que teve início em 2017 e termina entre abril e maio deste ano no Evereste, 8.848 metros acima do nível do mar.
Em entrevista à Lusa, a luso-canadiana quer fazer deste projeto pessoal uma forma de lutar pela igualdade de género, mostrando que a autodeterminação “pode ser a solução” para reduzir a desigualdade, “numa sociedade onde o machismo continua a persistir”.
Se uma mulher de 53 anos, avó, com um metro e meio de altura, portuguesa e com medo de alturas, conseguir subir ao Evereste, nós mulheres conseguimos fazer tudo”, afirmou a empresária à Lusa, a poucos dias de se comemerar o Dia Internacional da Mulher (8 de março).
No Canadá desde os seus quatro anos de idade, natural do concelho de Miranda do Douro (distrito de Bragança), Ema Dantas acredita que, “se as mulheres se apoiarem mais umas às outras”, é possível “superar todas as barreiras”.
A “tendência do machismo”, persiste, não só na comunidade portuguesa, mas em todos os setores de outras sociedades, até porque alguns homens ainda tratam as mulheres como se fossem “propriedades deles”, reconheceu.
“Sempre considerei que as mulheres podem fazer o mesmo que os homens. Nós mulheres, por exemplo, temos filhos, que os homens não podem ter. Mas infelizmente, mesmo subindo ao Evereste, acho que estamos numa era em que os homens são dominantes, não só no trabalho. Até no alpinismo, as mulheres não são vistas ao mesmo nível”, lamentou.
A luso-canadiana vai viajar para o Nepal, no próximo dia 4 de abril, com o objetivo de atingir o topo do Monte Evereste. Caso o consiga, será a primeira pessoa de nacionalidade portuguesa a atingir os Sete Cumes nas duas versões; de Richard Bass e de Reinhold Messner.