PIB e consumo per capita nacionais afastaram-se da média europeia em 2017. É a primeira queda em cinco anos.
O poder de compra em Portugal fixou-se em 76,6% da média da União Europeia em 2017, abaixo do ano anterior (77,2%), ocupando o 16º. lugar entre os países da zona euro, divulgou o INE. Já o consumo individual é 82% da média da UE.
É a primeira vez desde 2011/2012 que o país regista um afastamento em relação à média europeia.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o Produto Interno Bruto (PIB) ‘per capita’ expresso em Paridades de Poder de Compra (PPC) no ano passado foi inferior em 0,8 pontos percentuais ao verificado em 2016.
Entre os 37 países analisados, o INE destaca que a dispersão é “muito significativa”, entre o Luxemburgo (com 253% da média da UE) que apresenta o maior índice de volume, ou seja, mais de duas vezes e meia acima da média da UE28 e cerca de cinco vezes maior que o da Bulgária (com 49,3%), o país da UE com o valor mais baixo.
Em último lugar da lista surge a Albânia, com 30,5%, um dos países que também consta da análise.
Considerando apenas os 19 Estados-membros que integram a zona euro, Portugal ocupava em 2017 a 16.ª posição, abaixo da Estónia (78,8%), da Lituânia (78,4%) e à frente da Eslováquia (76,2%), Grécia (67,2%) e Letónia (66,8%).
Em termos nominais, o PIB ‘per capita’ de Portugal em 2017 apresentou um crescimento positivo (4,6%), determinado pelo aumento nominal do PIB (4,6%) e pela diminuição da população (-0,24%).
Relativamente à despesa de consumo individual ‘per capita’ (DCIpc), que o INE refere como sendo um indicador mais apropriado para refletir o bem-estar das famílias, o posicionamento relativo de Portugal é superior à indicada pelo PIB ‘per capita’ no conjunto dos países considerados, ocupando a 13ª posição entre os países da zona euro.
Entre 2016 e 2017, a DCIpc medida em paridades de pode de compra fixou-se em 82,2% da média da UE, uma queda ligeira em relação aos 82,3% de 2016. Também aqui a queda é uma inversão em relação à tendência dos últimos cinco anos.
O INE adverte que estes resultados “devem ser analisados com prudência, particularmente em termos de evolução temporal, uma vez que ao longo do tempo verificam-se alterações de diferente natureza, nomeadamente ao nível da seleção do cabaz comum de bens e serviços em comparação, dos métodos e fontes dos preços utilizados no exercício PPC e da substituição de valores preliminares por definitivos da contabilidade nacional”.
Hugo Neutel / TSF / Lusa