A ministra da Agricultura e do Mar diz que não é possível rever os limites de pesca de sardinha e levantar a proibição que está instaurada desde 19 de Setembro, uma vez que Portugal esgotou a sua quota.
Assunção Cristas diz à Renascença que estão a ser feitos estudos para apurar se a reposição natural do stock está a acontecer a bom ritmo, sublinhando que os dados disponíveis não vão nesse sentido.
A ministra acrescenta que os pescadores afetados podem pedir compensações ao Estado, mecanismos que já estão previstos na lei. “Os últimos dados científicos que foram recolhidos por instituições internacionais indicam que não podemos continuar. Mas esta é uma matéria, naturalmente, muito sensível. Nós queremos ser um país de pesca de sardinha hoje, mas também daqui a cinco anos e daqui a 10. Temos que ter uma atitude responsável procurando compensar as pessoas que estão numa situação difícil e, nalguns casos, mesmo dramática e, portanto, essas compensações financeiras vão chegar rapidamente”, disse.
Do lado dos pescadores, a Associação dos Produtores da Pesca de Cerco exige que o Governo reveja o plano de gestão de stocks das espécies marinhas. Caso contrário, diz Humberto Jorge, todo o sector fica paralisado já a partir de Janeiro do próximo ano. “Até ao início de 2015 há tempo para que façam todos os estudos científicos que se entenderem por necessários no sentido de avaliar com a maior credibilidade possível o estado e a dimensão do recurso. Não se pode decidir nova proibição em 2015 sem ter essa certeza, sob pena de se estar a condenar não só a frota mas toda uma fileira que depende desta frota de pesca e que explora um recurso, que tem sido o único capaz de suportar uma exploração industrial”, referiu.
Preocupações da Associação dos Produtores de Pesca de Cerco que têm marcada para esta sexta-feira uma reunião com o secretário de Estado do Mar, precisamente para discutir esta matéria.