- Portugal é o 12.º melhor país do mundo no que respeita a bem falar inglês, alcançou pela primeira vez o nível de proficiência “muito elevada”
- Europa domina o TOP 10 dos países com melhor nível de inglês, com oito países representados, sobretudo do norte da Europa
- Holanda recuperou a primeira posição do “ranking” e lídera a tabela pela quarta vez em nove anos
- Porto é a cidade onde se fala melhor inglês; e os homens portugueses obtiveram este ano melhores resultados do que as mulheres.
Os portugueses nunca falaram inglês com tanta proficiência como agora. Portugal alcançou pela primeira vez o nível de proficiência “muito elevada” no relatório EF English Proficiency Index (EF EPI) – que analisa dados de 2,3 milhões de falantes não nativos de inglês, em 100 países e regiões.
Ocupando o 12º lugar do índice, Portugal junta-se a um restricto grupo de países – maioritariamente nórdicos – que foram este ano classificados com a nota mais elevada. Aliás, dos países do Sul da Europa, Portugal destaca-se dos demais: Grécia (ocupando o 22.º lugar) classifica-se com nível “alto”, mas França (31.º), Espanha (35.º) e Itália (36.º) não vão além de um nível “moderado” de inglês.
O nosso País é este ano aquele com tendência mais positiva de crescimento, comparando com os dados do último ano – onde, apesar de também ter crescido, não tinha ido além de um 19.º lugar no índice.
“O inglês continua a ser, indiscutívelmente, a língua mundial dos negócios. A nossa nona edição do EF EPI está mais abrangente do que nunca, fornecendo informações valiosas para os governos avaliarem as suas políticas de ensino de línguas e o retorno dos seus investimentos em formação de idiomas”, afirma Minh Tran, director executivo de assuntos académicos da EF.
O EF EPI tem por base os resultados do EF Standard English Test (EF SET), o primeiro teste de inglês padronizado gratuito do mundo. O EF SET tem sido utilizado em todo o mundo por milhares de escolas, empresas e governos para testes em larga escala.
Em 2019, Holanda (1.º), Suécia (2.º) e Noruega (3.º) são os países com melhor proficiência em inglês. No fundo da tabela está a Arábia Saudia (98.º), Quirguistão (99.º) e Líbia (100.º)
Homens portugueses ultrapassam mulheres
O estudo – que avaliou o inglês de mais de 2,3 milhões de pessoas – conclui que a nível mundial as mulheres falam inglês melhor do que os homens, apesar da disparidade ser menos evidente nalgumas regiões relativamente a edições passadas do EF EPI.
Em Portugal, este ano, os homens conseguiram obter melhor classificação dos que as mulheres portuguesas. Uma surpresa, uma vez que na passada edição do índice as mulheres conseguiam estar dois pontos à frente dos homens, seguindo a tendência global.
Ainda assim, as mulheres portuguesas também atingem este ano um nível “muito elevado” de inglês (62,79 pontos), um valor bastante superior à média dos homens de todo o Mundo (53,03 pontos).
Os jovens portugueses entre os 21 e os 25 anos são os que levam melhor nota no EPI – um relatório que mostra uma correlação entre a fluência em inglês e o poder de compra, qualidade de vida, inovação e um conjunto de outros indicadores sócio-económicos. Apesar desta correlação positiva entre a fluência na língua inglesa de uma região e o valor médio do seu rendimento bruto, Portugal é um dos três países com nível de proficiência em inglês “muito elevada”, mas abaixo da linha de correlação com o rendimento médio nacional líquido per capita.
Para Constança Oliveira e Sousa, responsável da EF Education First em Portugal, “não é por acaso que o nosso País se torna cada vez mais atractivo a investimento estrangeiro nos mais variados sectores económicos, e palco de grandes convenções internacionais, como o Web Summit”.
“Cada vez mais, vemos novos ecossistemas internacionais a nascer em Portugal, nomeadamente em Lisboa e no Porto, não só fruto de investimento de grandes empresas mas também de pequenas. Um bom exemplo são as centenas de startups que se fixam no nosso país. Esta presença internacional, que fomenta o negócio e cria postos de trabalho com salários mais elevados, só é possível porque o inglês é de facto uma língua cada vez mais falada no nosso país, permitindo a fácil comunicação entre actores de todo o mundo, a interacção com o nosso capital humano, que é de grande qualidade técnica, e permitindo que estas empresas sejam productivas”, explica Constança Oliveira e Sousa.
O Porto é a cidade portuguesa onde melhor se fala inglês. Porém, quanto a regiões, é o distrito de Lisboa que lidera este ranking. Seguem-se as regiões Norte e Centro. O distrito de Faro e o arquipélago da Madeira registam a proficiência em inglês mais baixa do País. Mesmo assim, um nível de inglês superior aos níveis registados no ano passado – alcançando, agora, o nível de proficiência “alto”.
As principais conclusões do EF EPI 2019 incluem:
- O efeito de rede do inglês nunca foi tão forte. Quanto mais as pessoas usam o inglês, mais útil se torna para indivíduos, empresas e países acederem a recursos e oportunidades.
- As habilidades de inglês na Europa são polarizadas, com a maioria dos vizinhos da UE não desenvolvendo proficiência em inglês ao mesmo ritmo dos estados membros.
- A Ásia ainda tem a maior diferença entre as pontuações de cada país e a China passou de proficiência baixa para moderada pela primeira vez.
- A América Latina está finalmente a transformar-se depois de anos de estagnação. Doze dos 18 países pesquisados na região melhoraram a sua proficiência entre 2018 e 2019.
- A média geral da África caiu significativamente e a diferença entre países com maior e menor proficiência é maior do que nunca.
- As mulheres ainda superam os homens nas habilidades de inglês em todo o mundo, mas a diferença de género está a diminuir.
- A alta proficiência em inglês continua correlacionada com vários indicadores de competitividade económica, incluindo maiores salários e maior produtividade no trabalho.
O EF English Proficiency Index for Schools (EF EPI-s), um relatório complementar ao EF EPI, também foi divulgado hoje. O EF EPI-s examina a aquisição de habilidades de inglês por estudantes do Ensino Secundário e Superior de 43 países.