Os pilotos da Ryanair que têm base na Irlanda vão fazer greve no dia 20 de Dezembro, anunciou hoje o sindicato irlandês Impact, numa nova escalada do conflito na companhia aérea de baixo custo.
Os pilotos da companhia irlandesa adotaram a decisão na segunda-feira e o Impact fixou hoje a data para a sua concretização. Os pilotos querem o reconhecimento de uma instância única de representação do pessoal no plano europeu, o que tem sido recusado pela administração da Ryanair.
Os pilotos que votaram a favor da greve “entregaram um pré-aviso de greve de um dia para 20 de dezembro”, indicou o Impact.
“Os pilotos com contratos na Irlanda, maioritariamente comandantes, não vão trabalhar. Esta ação vai provocar perturbações e terá custos significativos para a companhia”, afirmou o sindicato.
Os pilotos da Ryanair em Itália anunciaram também uma paralisação de quatro horas para a próxima sexta-feira, dia 15, e os pilotos da companhia com base na Alemanha afirmaram que podem igualmente aderir ao movimento grevista.
Em 30 anos de existência, a companhia nunca tinha enfrentado um movimento social dos pilotos como este, depois do cancelamento de milhares de voos nos últimos meses.
“O conflito tem como único objetivo a criação de uma instância de representação dos pilotos da empresa. O modelo de negociação da administração está esgotado”, afirmou Ashley Connolly, dirigente do sindicato, lembrando o transtorno causado a dezenas de milhares de passageiros cujos voos foram anulados este ano “porque a empresa e o seu modelo social não têm capacidade para manter ou atrair pilotos”.
A Ryanair, primeira companhia europeia em termos de passageiros transportados, não reconhece nenhum sindicato e quer negociar com os pilotos apenas no seio de comités locais de representação do pessoal.
Recentemente, a companhia teve de cancelar 20 mil voos previstos entre meados de setembro e março do próximo ano. A empresa justificou estes cancelamentos com problemas no planeamento de férias, mas vários pilotos indicaram à AFP que, com o agravamento das relações com a administração, muitos profissionais saíram para outras companhias.
Lusa