Pesca da sardinha proibida em zonas da região Centro e Norte

A ministra do Mar disse, esta quarta-feira, que a pesca da sardinha será interditada em zonas da região Centro e Norte, por serem “áreas importantes para a reprodução da espécie”.

“Existem várias propostas em cima da mesa, maioritariamente na região Centro, também existe alguma coisa no Norte. Mas é Norte e região Centro [as áreas para onde se equacionam a proibição de pesca da sardinha]”, disse Ana Paula Vitorino à agência Lusa, sublinhando estarem as zonas a ser delimitadas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e pelos pescadores.

À margem da conferência o Valor dos Oceanos, a decorrer em Lisboa, a ministra precisou estarem a ser “mantidas conversas e reuniões de reflexão com as comunidades piscatórias para juntamente com o IPMA, já com informação científica, para se poder delimitar áreas em que não haverá pesca de todo, porque são áreas importanteS para a reprodução da espécie”.

Na passada sexta-feira, 20 de outubro, o Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) recomendou a suspensão da pesca da sardinha, em Portugal e Espanha, em 2018. Porém, a ministra do Mar adiantou, na altura, que o Governo ia propor que os limites de captura se fixassem entre 13,5 e 14 mil toneladas.

Ana Paula Vitorino disse ainda que tem que ser garantido um ponto de equilíbrio entre a sustentabilidade do stock e das comunidades piscatórias e acrescentou que foi estabelecido um pacote de medidas, no qual se encontra o Projeto Sardinha 2020, de modo a acatar as recomendações do ICES.

IPMA tem projeto para determinar taxas de mortalidade, crescimento e reprodução da sardinha

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) pretende avançar com um projeto para determinar taxas de mortalidade, de crescimento e de reprodução da sardinha, em função da alteração das variáveis ambientais.

Trata-se do projeto Sardinha 2020 – Abordagem Ecossistémica para a gestão da pesca da sardinha, desenvolvido pelo IIPMA, tendo com objetivo identificar a distribuição, abundância e recrutamento dos peixes pelágicos (sardinha, biqueirão e a cavala), segundo avançou à Lusa fonte do instituto.

De acordo com a mesma fonte, o projeto, que aguarda aprovação da Autoridade de Gestão Estrutura de Missão para o Mar 2020, “pretende determinar taxas de mortalidade, de crescimento e de reprodução da sardinha, em função da alteração das variáveis ambientais”.

As variáveis em causa serão “constrangidas através de experiências em cativeiro, tanques e jaulas oceânicas, monitorizando a subsequente libertação no mar”, explicou. O projeto Sardinha 2020 quer também desenvolver modelos do ecossistema para avaliar o impacto das relações interespecíficas e da pesca na dinâmica conjunta dos stocks de peixes pelágicos.

 

Fonte: Lusa

Foto: DR