PCP avisa que recuperação da pandemia deve ser feita “além da propaganda”

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou hoje que Portugal precisa de recuperar económica e socialmente depois da pandemia de covid-19, mas alertou para a necessidade de esse trabalho ser feito “além da propaganda”.

Num discurso proferido em Silves, no distrito de Faro, onde participou num almoço comício ao ar livre, que serviu também para fazer a apresentação de candidatos autárquicos da CDU a alguns concelhos do barlavento algarvio, Jerónimo de Sousa apelou ao voto na CDU nas eleições autárquicas de 26 de setembro, por ser a única força capaz de contrariar as políticas conservadoras que têm sido praticadas por PS, PSD e CDS-PP na última década.

Jerónimo de Sousa considerou que essas forças partidárias têm como “verdadeiros objetivos” a criação de “uma política mais agressiva de aprofundamento da exploração dos trabalhadores e do povo”, e que só a opção pela CDU pode contrariar esse caminho.

É preciso pôr em marcha a recuperação do país. Recuperar os atrasos, alguns de anos e os problemas mais recentes no plano social, na economia, nos domínios da saúde, da educação e da cultura, lá no conjunto dos setores onde fizeram sentir as consequências da situação epidémica. Nesta necessidade de recuperar o país e promover o seu desenvolvimento, é preciso ir para além da propaganda”, afirmou o dirigente político.

Jerónimo de Sousa considerou que “há muita propaganda no ar e muito anúncio de medidas e de pacotes de medidas” por parte do Governo PS, sem concretização e sem ir ao cerne dos problemas”, e acusou os partidos de direita de terem uma atitude de “demagogia e muita lágrima de crocodilo, de falso choradinho”, para “disfarçar os seus verdadeiros objetivos” de “exploração dos trabalhadores e do povo”.

“Há muita propaganda à volta do Programa de Recuperação e Resiliência [PRR], há muito anúncio de milhões que somados nem três bazucas chegava para lhes dar cobertura. Há muita propaganda dirigida ao social e ao investimento público, mas são cada vez mais visíveis as garantias dadas aos projetos do grande capital e dos grupos económicos”, criticou.

O secretário-geral do PCP lamentou que, “em vez de se pensar em produzir” em Portugal, os planos do Governo apostem em “comprar já feito, sejam navios, sejam comboios”, quando “podíamos fazer cá”.

“Nós dizemos claramente aos portugueses que, a manterem-se as mesmas políticas do passado de PS, PSD e CDS, não há PRR ou bazuca de milhões, se quiserem assim chamar-lhe, que nos valha”, argumentou ainda o secretário-geral do PCP.

Depois de participar no almoço comício em Silves, onde a Câmara tem maioria CDU e foi apresentada também a candidatura da atual presidente, Rosa Palma, a um terceiro mandato, Jerónimo de Sousa segue para Vila Real de Santo António, para participar no jantar que servirá também para fazer a apresentação de candidatos da coligação formada pelo PCP e pelo PEV a autarquias do sotavento algarvio.

Lusa