O eurodeputado Paulo Rangel anunciou hoje que se candidata à liderança do PSD por ter a convicção de que pode “unir o PSD, promover o seu crescimento e vencer as legislativas de 2023”.
“Anuncio formalmente a todos os militantes que serei candidato à presidência do PSD nas eleições de 4 de dezembro próximo. Apresento a minha candidatura, com humildade e espírito de missão, mas com a convicção inabalável de que, com ela, sirvo o nosso país, os nossos compatriotas e o nosso partido”, afirmou, na apresentação pública à imprensa, que decorreu num hotel Lisboa.
O antigo líder parlamentar defendeu que só se candidata por “estar persuadido” de que tem “todas as condições para unir o PSD, para promover o seu crescimento realizando a sua tradicional vocação maioritária e para vencer as eleições legislativas de 2023, com uma solução de governo estável”.
“Portugal é um país pobre, profundamente desigual, sem igualdade de oportunidades”
“Quando olho para a sociedade portuguesa há uma característica, uma nota, um traço persistente com o qual não me conformo nem nunca me conformarei, ao qual não me resigno nem me consigo resignar. Por muito que nos custe, Portugal é ainda uma sociedade aristocrática, tipicamente elitista com grande resistência à mobilidade e à ascensão social, com elevados níveis de reprodução e ampliação das elites, das elites de todo o tipo, económicas, sociais, culturais. Estes circuitos de reprodução de elites passam pelo seu fechamento, pela sua promiscuidade, pela sua endogamia, pela alimentação de clientelas, pelo fomento da cultura, da cunha, da cumplicidade, do compadrio. Portugal é um país pobre, profundamente desigual, sem igualdade de oportunidades, onde o elevador social só funciona para pessoas com capacidades excecionais, mas não serve as cidadãs e os cidadãos que arrancam dos níveis mais baixos da sociedade e que têm a média das capacidades”, descreveu o candidato.
Perante este cenário, Paulo Rangel elege a mobilidade social como “o grande desígnio” do partido, acusando o “PS socratista e costista” de terem agravado as desigualdades nos últimos 20 anos.
“É preciso romper com este ciclo infernal da estratificação ou do imobilismo social. Não restem dúvidas para ninguém: o grande desígnio do PSD e de um projeto galvanizador e vencedor para o país só pode ser e será sempre para mim: a mobilidade social. Temos de criar as condições para que todos os portugueses possam subir na vida”, defendeu, na apresentação pública da sua candidatura à imprensa.
“Nos anos 90, dizia-se que Portugal não podia parar, depois de 2000 Portugal parou”, lamentou.
O antigo eurodeputado considerou que as duas últimas décadas foram perdidas, e que “os portugueses vivem em 2021 como viviam em 2000 ou 2001 ou até pior” e Portugal foi ultrapassado por vários países europeus.
“Este tempo desperdiçado que nos estagnou, empobreceu, anestesiou e paralisou teve as suas origens e a sua marca forte no descalabro do PS socratista, mas exponenciou-se nestes seis anos na agenda ideológica, fundamentalista e radical do PS costista, agora refém dos extremos da esquerda”, acusou.