Passos prepara-se para apresentar Governo

Pedro Passos Coelho prepara-se para apresentar, ainda esta manhã, a composição do Governo ao presidente da República. Segundo fonte da coligação disse ao JN, o primeiro-ministro em exercício quererá apressar o processo para pôr fim à indefinição política que o país vive.

Cavaco Silva parte, à tarde, em viagem oficial para Itália. O presidente deverá dar posse ao novo Governo quinta ou sexta-feira, após o seu regresso de Roma, onde participa num encontro da COTEC.

Segundo fontes do PSD, este Governo será iminentemente de combate político. A concretizar-se, este será o Executivo com formação mais rápida em Portugal, onde nunca houve governos formados em apenas cinco dias. A média aponta para 20 dias necessários para constituir a equipa de ministros, pelo que as críticas do PS ao alegado atraso de Pedro Passos Coelho na apresentação do Executivo mereceram a reação severa de Paulo Portas: “Mostra ambição de poder, sede de poder”, lamentou, ontem, o líder do CDS.

De quinta-feira passada – dia em que o presidente da República indigitou o líder da coligação como primeiro-ministro – até ontem, passaram “dois dias úteis”, como contabilizou Portas. Ou cinco dias até hoje, se se contar o fim de semana.

Mesmo que se colocasse o contador no dia das legislativas (4 de outubro), teriam já passado 23 dias. Menos do que precisou Cavaco nas três vezes em que liderou o Governo (29 dias em média), do que António Guterres em 1995 (27 dias) e do que José Sócrates em 2009 (29). E muito menos do que precisaram, ainda que em circunstâncias especiais, Mário Soares, em 1976, ou Pinto Balsemão, em 1980.

Aproveitando a indefinição do prazo de validade deste Governo, perante a promessa da Esquerda de chumbar o seu programa, o presidente do PS lançou-se ontem ao ataque. Para Carlos César, “não se compreende a demora” de Passos em apresentar a composição do Governo para “apressar a apreciação” do programa. Nem que Cavaco “permita” que se arraste um Governo que “só quer concluir uns quantos negócios à pressa” e fazer “à socapa centenas de nomeações”. Partindo do dia das eleições, Manuel Pizarro, secretário nacional do PS, destacou ao JN que, “em 2011, a tomada de posse demorou pouco mais de duas semanas”.

Fonte: JN