Passos Coelho falou da posição da Moody’s em relação ao Orçamento e o líder do PSD defendeu ainda que o Governo deve esclarecer rapidamente que não tenciona fazer a nacionalização do Novo Banco.
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse, que a agência de notação financeira Moody’s considera o Orçamento do Estado para 2016 “mais realizável” do que o esboço apresentado antes pelo Governo socialista.
“Aquilo que se passou é que a generalidade das agências de ‘rating’, bem como outras entidades como aconteceu em Portugal com o Conselho de Finanças Públicas, como a Unidade Técnica de Apoio Orçamental na Assembleia da República vieram dizer que o esboço do Orçamento que o Governo português tinha apresentado não era credível”, começou por dizer aos jornalistas Passos Coelho, em Ponta Delgada, Açores, onde se encontra no âmbito da campanha interna para a liderança do partido.
Para o líder do PSD, “agora que o Governo o alterou e veio criar mais impostos e, portanto, oferecer mais garantias em como as metas seriam mais atingíveis, mais verosímeis, as empresas de ‘rating’ e, neste caso, hoje a Moody’s, veio dizer que acha esta proposta orçamental mais realizável do que aquela que o Governo tinha apresentado antes”.
A agência de notação financeira Moody’s considerou que a aprovação do Orçamento do Estado para 2016 (OE2016) é “positiva” em termos de risco de crédito e melhora a credibilidade orçamental.
O antigo primeiro-ministro reiterou que “as intenções que tinham sido declaradas pelo Governo nem eram conformes ao Tratado Europeu, nem às regras do semestre europeu, nem ofereciam credibilidade externa ao país e, por isso, o Governo teve de alterar”.
Questionado se a Moody’s fica satisfeita com um orçamento mais austero, Passos Coelho sustentou que “a agência de ‘rating’ não quer nem mais, nem menos austeridade, quer que Portugal, que tem dívida muita elevada, possa mostrar que será credível pagar essa dívida e não ter mais despesas e novas dívidas a serem contraídas quando há outras para serem pagas”.
Novo Banco
O líder do PSD defendeu ainda que o Governo deve esclarecer rapidamente que não tenciona fazer a nacionalização do Novo Banco, considerando que ameaçar com esta possibilidade piora a perspetiva de venda.
“Julgo que era importante que o Governo esclarecesse rapidamente que não tenciona deixar nenhuma porta aberta para a nacionalização do banco”, afirmou Pedro Passos Coelho, ao ser questionado sobre a saída de mil trabalhadores, com 500 em despedimento coletivo, no âmbito do plano de reestruturação do Novo Banco.
Para Passos Coelho, “compete, nesta altura, à administração do próprio banco e, neste caso, também, ao fundo de resolução e ao Banco de Portugal, que é quem têm a responsabilidade de proceder à venda do Novo Banco, avaliar na sua comunicação com os investidores o que é que é preciso fazer e dizer para, de alguma maneira, melhorar a perspetiva de venda do banco”.
“Agora, há uma coisa que eu sei, não é a ameaçar com nacionalizações que se melhora essa perspetiva, pelo contrário”, sustentou.
Para Passos Coelho, a administração do banco e do Banco de Portugal, que está a liderar a alienação, “deve ser encontrada uma estratégia que possa transmitir confiança ao mercado quanto ao trabalho que está a ser realizado dentro da instituição bancária, de modo a que os investidores acreditem que vale a pena vir a comprar”.
Fonte: Lusa