Parlamento aprova proposta para 25 de Novembro passar a ter comemorações na Assembleia da República

11.6.2024 –

A direita uniu-se no Parlamento e aprovou a proposta do PSD para que a data passe a ter comemorações anuais na Assembleia da República, à semelhança do que acontece com o 25 de Abril.

A proposta apresentada pelo CDS-PP para o dia 25 de Novembro de 1975 passar a ser comemorado, todos os anos, pela Assembleia da República. foi aprovada, esta terça-feira, com os votos a favor das bancadas à direita. A proposta contou com a abstenção do PAN e os votos contra de PS, Bloco de Esquerda, PCP e Livre.

Também o Chega tinha apresentado uma proposta que ia mais longe, visava mesmo tornar o 25 de Novembro num feriado nacional, mas PSD opôs-se desde logo à ideia, alegando que não é preciso tornar o dia feriado para conferir “dignidade” à data.

Já a Iniciativa Liberal limitou-se a recomendar ao Parlamento que realize uma sessão evocativa dos 50 anos do 25 de Novembro, no âmbito das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril.

Antes da votação, o tema esteve em debate em plenário. Das bancadas da direita ouviu-se o argumento de que aquela foi a data em que foi “consolidada a liberdade”, perante uma ameaça de “guerra civil”.

Por sua vez, o PS afirmou que o político “mais ligado” ao 25 de novembro até foi mesmo Mário Soares. Foi Francisco Assis – na última intervenção como deputado da Assembleia da República, antes de assumir as funções de eurodeputado no Parlamento Europeu – a defender isso mesmo.

Recorde-se que, durante a última legislatura, ficou decidido que os 50 anos da operação militar de 25 de novembro ficariam de fora do programa oficial das comemorações parlamentares do cinquentenário da revolução de 25 de Abril de 1974.

Na comissão organizadora decidimos que seria assumido como programa as datas e os eventos que tivessem uma leitura consensual entre nós”, justificou, na altura, o então presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

“Decidimos focarmo-nos na sequência da revolução de 25 de Abril de 1974, primeiras eleições livres, aprovação da Constituição e primeiras eleições para a Assembleia da República, Presidente da República, autonomias regionais e autárquicas”, comunicou.

Rita Carvalho Pereira / SIC Notícias