A Fundação Calouste Gulbenkian de Paris é palco, hoje e terça-feira, de um colóquio internacional intitulado “Autres marges – La vitalité des espaces de langue portugaise” (“Outras margens – A vitalidade dos espaços de língua portuguesa”).
O colóquio enquadra-se no programa do cinquentenário da fundação, em Paris, e reúne investigadores de Portugal, Brasil, Moçambique, Cabo Verde e França, que vão animar mesas redondas sobre a língua, a literatura, a história e a arte nos espaços de língua portuguesa.
O objetivo é pensar “como é que o mundo lusófono pode ser um espaço de abertura e de exemplo de trocas culturais”, disse à Lusa um dos membros do comité científico do colóquio, José Manuel Esteves, titular da cátedra Lindley Cintra na Universidade Paris Ouest-Nanterre.
“Interessava colocar-nos num ponto de vista relativamente inovador, para sairmos das temáticas de sempre da lusofonia, colocar-nos numa espécie de ‘à margem’, isto é, ver o que é que se trabalha à margem de cada uma destas culturas”, acrescentou José Manuel Esteves, que vai moderar um dos debates em torno da arte.
Hoje, a língua vai estar em destaque, com apresentações de Clarinda de Azevedo Maia, da Universidade de Coimbra, Diana Luz Pessoa de Barros, da Universidade de São Paulo, e Sarita Monjane Henriksen, da Universidade Pedagógica de Maputo, em Moçambique.
As investigadoras vão falar, por exemplo, sobre “o português do Brasil na tradição gramatical portuguesa”, sobre “a construção discursiva do Português como língua nacional no Brasil” e sobre o caso de Moçambique, na “unidade na diversidade nos espaços de língua portuguesa”.
À tarde, é a literatura que vai estar em destaque com a participação da escritora Ana Luísa Amaral, docente da Universidade do Porto, Agripina Carriço Vieira, da Universidade de Lisboa, Sérgio Paulo Rouanet, da Academia Brasileira de Letras, e Antonio Dimas, da Universidade de São Paulo.
Em cima da mesa, vão estar temas como “Que língua fala a poesia?”, uma análise sobre os escritores angolanos José Eduardo Agualusa e Ondjaki, a “correspondência de Machado de Assis” e “o memorialismo brasileiro, como espaço narrativo de criação e de perceção heterogéneas”.
Fonte: Lusa