Segundo a ex-deputada do Bloco de Esquerda, Ana Drago, em Portugal “vive-se, hoje, um sentimento de urgência”. Para ela, a vitória da esquerda radical grega foi uma lufada de ar fresco na política europeia e, por isso, acusa Passos Coelho e seus pares de estarem de “cabeça perdida”, neste momento.

Em entrevista ao Diário de Notícias, a ex-deputada do Bloco de Esquerda, que é, agora, membro do Fórum Manifesto tece duras críticas à posição expressa pelo Governo português face à vitória do Syriza.

“Os ministros portugueses estão de cabeça perdida, não entenderam nada do que aconteceu na Grécia”, começa por dizer, focando, depois, as suas acusações no primeiro-ministro: “Passos Coelho veio falar de ilusões, mas ilusões é dizer-nos que a austeridade que foi aplicada em Portugal nos últimos anos, e resultou num desemprego histórico, numa emigração como não víamos desde o fascismo e num crescimento da dívida e que é a política que resolve o problema”.

Ana Drago diz, a certa altura da entrevista, que “o problema português é essencialmente económico, e não é pensável fazer uma política de restrição orçamental quando temos uma dívida e um crescimento anémico. Não podemos olhar para o défice de forma cega quando a dívida continua a subir e os portugueses continuam endividados”.

Para a antiga deputada, “hoje vive-se em Portugal um sentimento de urgência”, pois, continua, “o que está a ser destruído é o fundamento da democracia portuguesa”.