Ovos-moles ultracongelados “voam” dentro de dois meses

Produtores foram a Bruxelas mostrar o doce e a nova embalagem aos eurodeputados e importadores.

A Associação de Produtores de Ovos-Moles de Aveiro (APOMA) prevê que os doces ultracongelados possam começar a ser exportados regularmente para o resto da Europa e para países como o Brasil e Estados Unidos dentro de dois meses. Nos últimos dias, os produtores estiveram no Parlamento Europeu, em Bruxelas, Bélgica, a convite do PCP, onde deram a conhecer o doce típico de Aveiro aos eurodeputados e aproveitaram a presença na Bélgica para se reunirem com importadores europeus, apresentando-lhes as embalagens para os ultracongelados.

“Foi muito importante estar em Bruxelas. Primeiro, porque os eurodeputados adoraram os ovos-moles, ficando impressionados com o facto de um doce com 500 anos se manter atual. Depois, porque demos um passo importante para a exportação dos ultracongelados para toda a Europa, apresentando a nova embalagem aos importadores”, conta o presidente da APOMA, José Francisco.

No entanto, a primeira grande aposta vai ser o mercado brasileiro, onde a APOMA tem efetuado ações de promoção. “Estamos a proceder ao registo da marca no Brasil e logo que isso fique concluído começaremos a exportar, acredito que várias toneladas por ano”, espera José Francisco.

Características intactas

A internacionalização do doce de Aveiro só é possível porque a Comissão Europeia aprovou, em 2015, uma alteração do caderno de especificações de indicação geográfica protegida (IGP) dos ovos-moles. Esta medida permitiu aos produtores certificados comercializarem os ultracongelados, que têm um prazo de validade de seis meses, bem mais que os 21 dias dos frescos. Na altura, o então secretário de Estado da Alimentação, Nuno Vieira e Brito, disse acreditar que, só para o Brasil, “podiam ser exportados ovos-moles no valor de um milhão de euros”.

Nos últimos meses foram enviadas algumas amostras para a Europa, tendo o comportamento do doce sido “o melhor”, confirmando a análise da Universidade de Aveiro. Os testes revelaram que os ultracongelados mantinham todas as características do doce fresco.

Portuense comprou patente das barricas

A APOMA não conseguiu comprar a patente e a única oficina que faz barricas de madeira para os ovos-moles, pertencentes aos primos Ferreira, dois septuagenários que fazem e pintam as barricas. A APOMA não chegou ao valor pedido pelos artesãos, que puseram a empresa à venda no OLX por 100 mil euros. O JN deu a notícia e um empresário do Porto chegou a acordo com Abílio e Joaquim, que vão agora ensinar os seus sucessores.

Fonte: JN