O presidente da Câmara de Ovar, município atualmente em estado de calamidade pública devido à pandemia Covid-19 e sujeito a cerco sanitário, disse hoje sentir “muito pouco apoio” por parte do Instituto da Segurança Social e do Ministério da Saúde.
As declarações desse autarca do distrito de Aveiro prendem-se com a montagem esta tarde de novas acomodações para os idosos à guarda do lar da Santa Casa da Misericórdia de Ovar, onde sexta-feira se deu uma morte provocada pelo novo coronavírus.
Atendendo a que nesse equipamento social residem e trabalham cerca de 100 pessoas, essa mesma comunidade foi hoje sujeita aos testes de diagnóstico no Hospital de Ovar e, no regresso à Misericórdia, encontrará o refeitório transformado numa nova ala para dormidas.
“Preparámos aqui um espaço novo para, de imediato, podermos separar os utentes sintomáticos daqueles que não apresentam sintomas nenhuns”, revela Salvador Malheiro.
O autarca acrescenta, contudo, que os profissionais e voluntários envolvidos na reorganização se sentiram “sozinhos” nesse esforço: “Sentimo-nos sós, com muito pouco apoio por parte da Segurança Social e muito pouco apoio do Ministério da Saúde”.
As operações foram conduzidas por agentes da PSP e GNR, bombeiros e funcionários da Câmara, no que Salvador Malheiro considera “uma enorme prova de entreajuda e solidariedade entre todos aqueles que estão em Ovar a dar o máximo de si”.
É essa mesma equipa que, ainda segundo Salvador Malheiro, está agora “a preparar, em contínuo, autênticos hospitais de campanha para fazer face à enorme catástrofe que assola o município”.
O território de Ovar envolve cerca de 148 quilómetros quadrados e 55.400 habitantes. Esta sexta-feira contabilizava já 5 óbitos e 148 cidadãos infetados por Covid-19.
Lusa