O bastonário da Ordem do Médicos e o presidente do Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar apelam a uma “revisão urgente da organização do combate à pandemia” e a um reforço dos cuidados de saúde primários, propondo dez medidas para melhorar esta resposta. Uma das medidas consiste no “regresso em pleno” dos médicos de família aos centros de saúde.
A Ordem dos Médicos e o Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar defendem também que todos os profissionais das unidades de saúde familiar e das unidades de cuidados de saúde personalizados (médicos, enfermeiros e assistentes técnicos) “regressem aos respetivos locais de trabalho e retomem a normal atividade assistencial, incluindo a doença aguda respiratória”.
A terceira medida enumerada no documento consiste na eliminação da estrutura dos ADR (Áreas Dedicadas para Doentes Respiratórios), defendendo que, “excecionalmente e quando o contexto local assim obrigue”, os agrupamentos de centros de saúde podem criar “unidades assistenciais suplementares de resposta à doença aguda, com recursos humanos próprios ou em regime de horário extraordinário”.
Num comunicado da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães sublinha ainda a necessidade de “uma comunicação efetiva entre as diversas estruturas do Ministério da Saúde com rigor e transparência, garantindo um discurso homogéneo e claro, incluindo a otimização das aplicações informáticas disponíveis”.
No documento conjunto, a Ordem dos Médicos pede ainda uma revisão e atualização das orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e o reforço da capacidade de resposta da linha SNS24.
A implementação de uma “avaliação clínica personalizada, com registo no processo clínico eletrónico, eliminando os procedimentos relacionados com a aplicação Trace Covid-19, e a promoção de “uma campanha de publicitação das medidas de auto-cuidado para as pessoas infetadas por SARS-CoV-2 e respetivos contactos, promovendo a capacitação para a gestão da doença”, são outras medidas sugeridas.