26.04.2025 –
“Luís Antonio Tagle nasceu em 1957, nas Filipinas, numa família simples, com raízes chinesas. Desde pequeno, aprendeu o que era viver com pouco e encontrou na fé a sua maior riqueza.
Ordenado padre em 1982, Tagle nunca procurou protagonismo. Mas a sua proximidade fervorosa, o seu espírito caloroso e cheio de esperança começou a conquistar corações. Em 2001, foi nomeado bispo de Imus e, dez anos depois, arcebispo de Manila, o cargo mais prestigiado da Igreja filipina.
Foi então que a sua história deu um salto.
Em 2012, o Papa Bento XVI elevou-o a cardeal. Jovem, entusiasta e com uma capacidade rara de comover quem o escuta, Tagle rapidamente se tornou uma das figuras mais respeitadas e queridas da Igreja Católica.
As suas homilias não deixam ninguém indiferente. Quando fala dos pobres, dos migrantes e dos que o mundo esqueceu, emociona-se. E quem o ouve sente que aquelas palavras vêm do coração de alguém que conhece a dor e a esperança da vida real.
Tagle fala inglês fluentemente e o seu estilo simples, alegre e próximo do povo faz muitos dizerem que ele tem alma de franciscano, apesar de ser padre diocesano.
Hoje, é apontado como o grande herdeiro do espírito do Papa Francisco. Já é conhecido como o “Francisco da Ásia”. No Brasil, o maior país católico do mundo, até lhe chamam “K-Papa”, numa brincadeira que une o seu carisma ao fenómeno cultural asiático.
E de onde vem esta figura que está a inspirar tantos? Das Filipinas, o décimo terceiro país mais populoso do mundo e o verdadeiro gigante católico da Ásia. Ali, a fé é vivida de forma intensa, por vezes com práticas extremas como as crucificações reais na Sexta-Feira Santa, que a Igreja tem vindo a desaconselhar.
O Papa Francisco sempre acreditou que o futuro da Igreja passaria pela Ásia. A escolha da Coreia do Sul para acolher as próximas Jornadas Mundiais da Juventude é um sinal claro dessa visão.
Se o futuro da Igreja vier mesmo do Oriente, tudo indica que poderá passar pelas mãos de Luis Antonio Tagle.
Um sorriso aberto, uma fé contagiante e uma paixão autêntica. Que bonito seria ver o futuro da Igreja falado com sotaque asiático.”
Paulo Freitas do Amaral
Professor de História e autor.