O verão traz consigo um maior risco de infeções dos pés, de elevado grau de contágio, como é o caso do pé de atleta. Aproveite o sol e o calor, faça praia, vá à piscina, mas não se esqueça de redobrar os cuidados com os seus pés, uma vez que os ambientes húmidos são propícios ao desenvolvimento de infeções contagiosas causadas por fungos.
O pé de atleta é uma infeção provocada pelos denominados fungos “dermatófitos” e pode transmitir-se facilmente através do contacto com superfícies ou objetos contaminados. Chuveiros públicos, piscinas e balneários são locais onde é frequente contrair esta infeção. Para além disso, a partilha de objetos pessoais, como calçado, toalhas, lençóis e roupa, é também um comportamento de risco que deve ser evitado.
Existem três tipos principais de pé de atleta: o vesicular, a forma mais grave e menos comum, em que se formam pequenas bolhas no dorso (peito) e na planta do pé, que podem rebentar e causar feridas; a forma plantar, que afeta, como o próprio nome indica, a planta do pé, mas também o calcanhar e a zona lateral; e o interdigital, o tipo mais comum, que ocorre nos espaços entre os dedos.
Estima-se que cerca de 15 a 25 por cento da população já tenha desenvolvido pé de atleta pelo menos uma vez na vida. Os desportistas são o grupo em que a infeção regista maior incidência, uma vez que utilizam balneários e chuveiros públicos com maior frequência.
Para prevenir este problema, a primeira recomendação passa por proteger-se enquanto utiliza os espaços referidos anteriormente. Para isso ser possível, evite andar descalço nestes ambientes, optando por utilizar chinelos ou sandálias.
Para além disto, tenha sempre o cuidado de: secar muito bem os pés, especialmente entre os dedos; lavar frequentemente as toalhas; usar meias limpas todos os dias e mudá-las, se estiverem húmidas ou depois de fazer desporto; optar por calçar meias de seda, lã ou algodão com extratos de algas e sais de prata, pois proporcionam elevado conforto e proteção ativa para os seus pés, sendo também indicadas para quem apresenta excessiva transpiração (fator proporcionador do desenvolvimento de fungos e bactérias).
Mas não se deixe enganar se pensa que os cuidados se aplicam somente fora de casa. Quando estiver no conforto do seu lar: tire os sapatos e deixe os pés “respirar”; lave frequentemente as toalhas; e, sempre que possível, calce sandálias ou sapatos feitos de materiais orgânicos sustentáveis, tais como cascas de maçã orgânica e cortiça (o couro e a lona também são boas opções).
Como em qualquer problema de saúde, uma deteção precoce é essencial para um tratamento mais fácil, rápido e eficaz. Esteja atento aos sintomas e não os ignore! São eles a comichão, vermelhidão, inflamação, descamação da pele, fissuras, mau cheiro, pele esbranquiçada e frágil e pele mais dura e grossa na planta do pé.
Uma vez adquirida a infeção, tenha cuidado com os outros, de forma a evitar a sua propagação. Mantenha os pés protegidos, lembre-se de usar toalhas diferentes para os pés e lave sempre as mãos depois de aplicar qualquer medicamento, para que a infeção não passe para outras partes do corpo.
Atualmente, a ozonoterapia podal é um dos métodos terapêuticos mais eficazes no tratamento do pé de atleta. Através da colocação de uma bolsa de ozono, o paciente começa rapidamente a sentir melhorias ao nível do alívio dos sintomas.
Caso detete alguns dos sintomas de pé de atleta, consulte um podologista, para que este possa fazer um correto diagnóstico e avaliar qual o tratamento mais adequado para si.
Artigo de opinião da Dra. Fátima Carvalho, podologista responsável pelo Centro Clínico do Pé de Amarante