OPINIÃO DO PS sobre circulação e trânsito no Concelho de Mira

A REDE VIÁRIA DO CONCELHO

O Jornal Mira Online tem vindo a solicitar-nos artigos sobre várias temáticas locais. Louvamos a iniciativa e damos o nosso contributo, de forma responsável, procurando a verdade dos factos.

A rede viária do nosso Concelho até meados dos anos noventa era uma calamidade. Praticamente não existiam estradas em condições. A ligação entre as povoações estava muito danificada e em alguns casos só existiam estradas de “terra batida”. A ligação à sede de Distrito era deficitária. O acesso às nossas praias não era consentâneo com a importância do nosso litoral. A 109 estava em péssimo estado. Não havia qualquer ligação de autoestrada que nos levasse ao Porto ou a Lisboa.

Nos últimos 15 a 20 anos, a situação mudou radicalmente. Nem tudo terá sido bem feito, mas o Concelho deu um salto enorme neste capítulo. E as gentes do PS orgulham-se do que foi feito. Afirmamo-lo com humildade, mas também com a firmeza da realidade e do dever cumprido pelos nossos representantes.

Vejamos alguns exemplos de intervenções nesta matéria, nos últimos anos.

– Estrada Mira/Cantanhede;

– Estada Praia/Lagoa/Mira/Valeirinha/Presa/Corticeiro;

– Variante a Mira/Praia (terminando com a única saída que era o trânsito desembocar no centro de Mira, sobretudo no Verão);

– Reforço e conclusão das variantes sul e norte;

– A17 Mira/Marinha Grande;

– Construção e beneficiação de centenas de vias, entre as nossas povoações (todas foram intervencionadas);

– Estrada 109 – tapetes e Ponte da Balança e Cabeço;

– Estrada Praia/Barra;

– Construção na Praia da Avenida Manuel Milheirão e alargamento, para norte, da Avenida Arrais Batista Cera;

– Etc.

Com uma intervenção inédita na rede viária do Concelho, Mira deixou de ser uma zona periférica, para ganhar uma nova centralidade, conquistando múltiplos investimentos noutros sectores de atividade. Todo o investimento feito nesta área fez parte da estratégia estrutural para o concelho de Mira. Contudo, é primordial respeitar esta forma de atuar, mantendo o que existe, reparando zonas danificadas (são conhecidas) e projetando novas áreas.

No geral, o Concelho está bem servido no que concerne à sua rede viária. Naturalmente que, com o desgaste com invernos rigorosos, algumas vias estão parcialmente danificadas, sendo necessária a sua preservação. E isto devia preocupar os atuais responsáveis, no que respeita às prioridades quer na rede viária, quer em sectores como os do Ambiente, Educação, Turismo, Saúde, Segurança e Política de Emprego. Paradoxalmente, em tempo de crise, o executivo camarário está a despender verbas e mais verbas, em algumas intervenções que nada têm de prioritárias.

Julgamos que, cada vez mais, ao investir recursos financeiros o retorno tem de ser calculado e o benefício criado para as nossas localidades e para as nossas pessoas deve ser significativo. Assim, todo o investimento deve ser uma mais-valia e (em tempo de crise) o estímulo à economia é fundamental. Caso contrário, é ter falta de visão e demonstra egoísmo, pois revela que o dinheiro gasto, eventualmente, só tem o objetivo de fazer perdurar os anos de mandato.

A rede viária deverá continuar a servir para desenvolver as nossas terras e para dar uma melhor qualidade de vida às nossas gentes. É fundamental que o investimento nesta área faça atrair turismo, potenciar as nossas empresas e captar novos investimentos. Desse modo, continuamos a defender que deverá ser feito investimento na rede viária.

Como exemplo podemos referir a contínua necessidade de projetar as nossas zonas industriais e as nossas estâncias balneares. Foi assim no passado e neste momento com a indispensabilidade de potenciar a zona industrial do Montalvo este investimento deve ser equacionado. Nos últimos anos foram feitas algumas obras de saneamento e água que degradaram algumas estradas e agora têm de ser revistas.

Concluímos afirmando que qualquer gasto neste momento irá ter consequências no futuro, por isso deveria ser obrigatório ser bem planeado. A governação e as escolhas não devem ser reativas. Temos de saber onde pretendemos chegar, o que pretendemos potenciar e não investir simplesmente para dizer que fazemos…

 

Partido Socialista