O presidente do Benfica Luis Filipe Vieira e o vice-presidente do clube Fernando Tavares são arguidos na ‘Operação Lex’, que agora conta com 12 arguidos, segundo a Procuradoria Geral da República. Rui Rangel e Fátima Galante, também arguidos, vão ser ouvidos no dia 8 e 9 de fevereiro, avança a RTP.
Em resposta à agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) “confirma a constituição como arguidos de Luís Filipe Vieira e de Fernando Tavares” na investigação que envolve também os juízes desembargadores Rui Rangel, ex-candidato à presidente do clube encarnado, e a sua ex-mulher Fátima Galante.
A PGR adianta que “o inquérito tem, neste momento, 12 arguidos constituídos, entre os quais cinco detidos que serão, previsivelmente ao fim do dia, presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação”.
Avança ainda a RTP que os juízes desembargadores Rui Rangel e Fátima Galante vão ser ouvidos já na próxima semana, nos dias 8 e 9 de fevereiro. A fase de inquirições judicial dos arguidos, para aplicação das medidas de coação, vai decorrer no Supremo Tribunal de Justiça.
As 33 buscas que ontem tiveram lugar ocorreram em vários locais, na zona da Grande Lisboa e no Algarve, incluindo no Tribunal da Relação de Lisboa, em empresas, em escritórios de advogados e também em domicílios. As diligências foram feitas no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público e com o apoio de magistrados do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Fonte da PJ à Lusa detalhou que as buscas incluíram a casa e o gabinete do juiz desembargador do Tribunal da Relação de Lisboa Rui Rangel, a SAD do Benfica, a casa do presidente do clube e residências da ex-mulher de Rui Rangel, a juíza Fátima Galante, e do advogado José Sousa Martins e do filho.
A ‘Operação Lex’ investiga suspeitas de corrupção/recebimento indevido de vantagem, branqueamento de capitais, tráfico de influências e fraude fiscal.
Conselho Superior de Magistratura aguarda informação oficial
O Conselho Superior da Magistratura (CSM) ainda não tem informação oficial sobre a investigação denominada ‘Operação Lex’, na qual são arguidos os juízes desembargadores Rui Rangel e Fátima Galante, e afirma que só depois ponderará eventuais medidas.
Em resposta enviada hoje à agência Lusa, o vice-presidente do CSM adianta que a situação será analisada, logo que seja recebida informação oficial por parte do Supremo Tribunal de Justiça.
“O CSM analisará a situação logo que receba informação oficial sobre o assunto. Eventuais medidas, no âmbito das suas competências, serão oportunamente divulgadas”, afirmou Mário Belo Morgado.
Em outubro de 2016, o CSM, órgão de gestão e disciplina dos juízes, instaurou um inquérito a Rui Rangel, no âmbito do processo “Rota do Atlântico”, depois de a Procuradoria Geral da República ter também aberto uma investigação com origem numa certidão do mesmo processo, que envolve o empresário de futebol José Veiga.
[Notícia atualizada às 13h47 com a confirmação da PGR à Lusa do número de arguidos]
Lusa