As autoridades europeias apreenderam produtos alimentares contrafeitos no valor de 91 milhões de euros numa única operação à escala da União Europeia. A campanha, promovida pelo Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO), no âmbito do Dia Mundial contra a Contrafação, alerta para os riscos crescentes no setor alimentar.
Apesar de muitas vezes associada a artigos de luxo, a contrafação atinge de forma expressiva os alimentos e bebidas. Só no setor dos vinhos e bebidas espirituosas, estima-se uma perda anual de 2.289 milhões de euros em vendas e quase 5.700 postos de trabalho em toda a UE. Em Portugal, os prejuízos rondam os 33 milhões de euros e mais de 200 empregos por ano.
Substâncias perigosas, como metanol, mercúrio e pesticidas tóxicos, foram encontradas em produtos alimentares falsificados, representando um risco real para a saúde pública. As operações policiais, como a OPSON — levada a cabo anualmente pela Europol e Interpol — confirmam a dimensão do problema. Na edição de 2024, foram confiscados alimentos e bebidas fraudulentos no valor de 91 milhões de euros.
Segundo o relatório SOCTA 2025 da Europol, o crescimento do comércio eletrónico tem facilitado a distribuição destes produtos, dificultando a identificação de itens autênticos. Os criminosos manipulam rótulos, embalagens e até os processos de fabrico, direcionando-se sobretudo a alimentos de elevado valor comercial.
O EUIPO reforça ainda a importância das indicações geográficas, símbolo de autenticidade e qualidade. Atualmente, a União Europeia conta com mais de 3.600 produtos com indicação geográfica registada.
No final, a pergunta-chave permanece: o que está realmente na sua mesa?
Fonte: EUIPO –Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia