O poderoso Belenenses venceu, mas rendeu-se a quem tem o Domus no Coração…

Eles já sabiam o que os esperava em Portomar… mas, mesmo assim saíram do Cabanão com a convicção de que “na Primeira Divisão não encontramos ambientes destes…”

Sim, é verdade: Fez-se Taça na noite de Sábado, em Portomar!

Um Belenenses mais experiente e mais capaz (mais equipa, enfim), levou o Domus Nostra de vencida por esclarecedores 0-9 (ao intervalo, o marcador já havia sido alterado por 3 vezes…). Este é um Belenenses que conta com um Marcão (guarda redes fantástico), um Jardel (nem parece ter a idade que tem), um João Marques (o selecionador nacional já deve tê-lo de baixo do olho) e uma máquina incrível de jogar a bola chamada Mamadú, dentre outros, e que trouxe ao Cabanão um futsal esclarecido e dominador, tendo imposto, como é natural, a sua forma de jogar e gerido o placard à sua maneira.

O Domus… bem, o Domus procurou dar boa conta de si (teve algumas boas oportunidades na primeira parte), mas faltou-lhe na segunda metade, pernas para acompanhar o ritmo dos de Belém e cabeça fria, discernimento e clarividência em boa parte dos últimos 20 minutos. Mereceu, sem dúvida alguma, ter concretizado um ou dois golos, o que abrilhantaria ainda mais tamanho espetáculo. Apesar do resultado adverso, este Domus Nostra tem razão de sentir-se orgulhoso por ter dado luta em boa parte do encontro, a um adversário tão valoroso!

Dito isto, ficam aqui, as palavras de Alípio Matos, um dos maiores nomes do Futsal Português: para o treinador do Belenenses, a sua equipa veio a Portomar “respeitando o adversário e desfrutando deste ambiente fantástico e raro”. Para ele, sem sombra de dúvidas, “fez-se festa em Portomar, onde acabou por prevalecer a lei do mais forte… fizemos o máximo, tivemos atitude de grande respeito pelo Domus Nostra e pelo seu público e, acredito, ajudamos a dignificar e abrilhantar ainda mais tudo o que aqui aconteceu”. 

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PORTOMAR EM FESTA!

Se o resultado do jogo onde a equipa do Domus Nostra ficou pelo caminho na Taça de Portugal não dá margem para outras considerações, é preciso dar boa nota do que se passou extra-campo.

As múltiplas facetas deste encontro tiveram início um mês antes, aquando do sorteio da Taça. Em um mês, mobilizou-se todo um clube e muito do Concelho de Mira. Em um mês construiu-se toda uma logística e envolvência sem precedentes no sentido de nada faltar aos atletas, ao público e a tão ilustre adversário.

Ao sábado, para ser perfeito, só faltou a vitória dos rapazes de Cláudio Cruz porque, de resto, tudo esteve como se esperava. Desde a concentração naquele que será mais um empreendimento com selo de qualidade mirense (o Atlantic Spot, na Barra de Mira, que será inaugurado nos primeiros dias de Fevereiro) até ao jantar-convívio com toda a delegação do Belenenses (que ofertou uma camisola autografada por todos os seus jogadores ao Domus Nostra, numa enorme atitude de pair play), a passar pela Fanzone instalada fora do pavilhão e pelo ambiente fantástico dentro dele, tudo esteve ao nível do que há de melhor em matéria de organização!

Este foi um jogo que teve muito mais que 40 minutos: teve um antes e um depois. Ficou guardado e estará sempre na memória daqueles que se envolveram ou viram-se envolvidos pelo entusiasmante momento vivido.

Tamanha dedicação teve o efeito do contágio em toda a delegação do Belenenses. É por isso que, no final, estiveram longos minutos a aplaudir o público e os adversários. É por isso que as palavras vindas de Alípio Matos foram bem mais que meras palavras de cortesia. É por isso que a frase sintomática vinda de Cláudia Luz, a única mulher de toda a entourage lisboeta sobre o clima que sentiu no Cabanão, ganha ainda mais valor. Afirmar que não encontra ambientes como o de Portomar no escalão maior do Futsal nacional, é algo que dá um sabor ainda mais adocicado para o que aconteceu …

Para ser grande não é preciso ser da Primeira Divisão ou ser um Benfica ou um Sporting, também no Futsal. Para ser grande é necessário pensar e fazer em grande!

Para ser grande, pode ser-se Domus Nostra e ter grandes pessoas apaixonadas pelo clube a dignificarem o seu nome. O que vem, depois, é consequência de tão grande esforço…

Parabéns a todos!

Jornal Mira Online