Uns erram, outros aproveitam. Sim, à primeira vista esta expressão aparenta ser mais um dos muitos clichês existentes no mundo do desporto rei. Porém, desta feita, serve para resumir na perfeição a vitória do FC Porto sobre o CD Tondela, pela margem mínima (1-0), num encontro em que os azuis e brancos chegaram ao golo na sequência de um erro de um jogador tondelense, Sulley, que entregou a bola de ‘mão beijada’ a Marega e deixou o avançado maliano isolado em frente a um desamparado Cláudio Ramos. Mais cedo, já um erro do Sporting em Setúbal potenciava que o emblema da cidade Invicta terminasse a jornada na liderança do campeonato.
O Dragão abriu as asas para voar na tabela classificativa e regressar à liderança da Primeira Liga ao saber do empate do Sporting contra o Vitória sadino, poucos minutos antes da receção ao Tondela começar. Por isso mesmo, a turma de Sérgio Conceição entrou em campo muito subida no terreno, com a linha defensiva perto da zona de meio-campo. Fruto desse mesmo posicionamento, o FC Porto controlou a fase inicial do duelo a seu bel-prazer, com base numa pressão alta aquando da perda de bola, que impossibilitava o CD Tondela de jogar e de dar aso à sua principal arma ofensiva, o contra-ataque. A cereja no topo do bolo de 13 minutos a dominar chegou dos pés de Marega, que aproveitou um passe mal calculado de Sulley para chegar em frente à baliza tondelense e marcar o único golo do jogo.
Reação positiva ao golo sofrido? O Tondela diz que sim!
Foi o FC Porto quem se colocou em vantagem, mas a reação mais positiva a esse momento chegou da parte do Tondela. A equipa de Pepa subiu no terreno, conseguiu ter mais posse de bola e chegar com maior incidência ao meio-campo do FC Porto. Com o passar dos minutos no primeiro tempo, os azuis e brancos foram perdendo o controlo total das despesas ofensivas e os beirões, por Tomané e Sulley, criaram um par de oportunidades junto à baliza de José Sá.
Ainda assim, foram os dragões a terminar os primeiros 45 minutos por cima do jogo. O FC Porto dava a sensação de que quando conseguia acelerar – fosse por Brahimi (jogo de qualidade, com vários desequilíbrios criados à base do drible), por Corona, ou Marega – ficava sempre muito perto do golo. No entanto, esse tento não chegou, nem mesmo com o caudal ofensivo que o conjunto da cidade Invicta apresentou no regresso dos balneários.
Avalanche ofensiva sem danos
Segunda parte, nova vida? A verdade é que o FC Porto surgiu no segundo tempo bem mais agressivo taticamente, primordialmente na fase da recuperação da posse de bola, fator que tinha vindo a perder com o passar dos minutos. A juntar a esse processo defensivo, os azuis e brancos protagonizaram uma autêntica avalanche ofensiva nos segundos 45’, com várias oportunidades de golo, na procura de uma vantagem no resultado que tranquilizasse todos os presentes no Dragão. Porém, do outro lado estava um tal de Cláudio Ramos, um pleno muro que não foi derrubado pelos atacantes do FC Porto. O guardião do Tondela esteve exímio e foi graças a ele que os dragões não venceram por maior margem. Cláudio Ramos foi a figura em principal destaque no CD Tondela. E isso reflete bem a avalanche ofensiva que o FC Porto conseguiu pôr em prática durante alguns períodos da partida.
No segundo tempo, houve ainda lugar para um penalti que ficou por marcar a favor do FC Porto. O momento aconteceu aos 61 minutos e foi protagonizado por Osorio, num lance de mão na bola na área do Tondela. Luís Godinho deixou um pontapé da marca dos onze metros por marcar, mas foi bem auxiliado pelo vídeo-árbitro aos 73’, num golo anulado a Brahimi, na sequência de um fora de jogo de Marega depois de Aboubakar tocar, ao de leve, na bola.
Terminados os 90 minutos, o FC Porto saiu do Dragão com os três pontos, regressou à liderança da Primeira Liga, com um jogo a menos, e aproveitou da melhor forma os erros de hoje… tanto de Sulley, como do Sporting em Setúbal.
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