O chocalho já é património cultural imaterial da UNESCO

A candidatura da arte de fazer chocalhos – uma espécie de GPS do gado – é promovido pelo Turismo do Alentejo, Câmara de Viana do Alentejo, Junta de Freguesia de Alcáçovas e por outros municípios que ainda têm fabricantes de chocalhos.

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) aprovou esta terça-feira a classificação da arte chocalheira portuguesa a Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente.

A candidatura da arte de fazer chocalhos – uma espécie de GPS do gado – é promovido pelo Turismo do Alentejo, Câmara de Viana do Alentejo, Junta de Freguesia de Alcáçovas e por outros municípios que ainda têm fabricantes de chocalhos.

A arte e a técnica são provenientes do período romano. Os chocalhos, produto de um ofício tradicional em extinção, retratam um período de trocas culturais que se perderam no tempo mas não na história.

Dos 13 mestres chocalheiros que restam no país, nove têm mais de 70 anos e os outros têm entre 30 e 40 anos, mas nenhum tem aprendiz.

Os resistentes têm o seu epicentro na freguesia de Alcáçovas, no concelho de Viana do Alentejo.

Esta arte pode parecer simples, mas a “construção implica conhecimentos profundos, desde a música à serralharia do ferreiro”, afirma Paulo Lima à Renascença. “O chocalho é um objecto sonoro que tem de ser afinado. Há todo um saber, desde a escolha do metal até à afinação, que é uma arte única”, recorda.

O presidente da Câmara de Viana do Alentejo, Bengalinha Pinto, disse que a classificação do fabrico de chocalhos contribuirá, para o desenvolvimento da região. “Esta conquista valoriza os chocalheiros e esquilaneiros, assim como o seu engenho e todo o património material e imaterial do concelho e respectivas potencialidades”.

Já o presidente da Turismo do Alentejo / Ribatejo, António Ceia da Silva, “a identidade é um valor determinante na diferenciação e certificação de um destino turístico, logo o título agora conquistado pelo fabrico de chocalhos vem reforçar, junto dos mercados, a singularidade e diversidade de um Alentejo que se posiciona pela excelência e singularidade”.

Fonte: rr.sapo.pt