Nem Mira, nem lado algum do mundo deve ter cidadãos de primeira ou de segunda. Na verdade, ao menos na teoria, perante a lei somos todos iguais.
Mas, há sempre aquelas pessoas que nos marcam pela sua forma de estar, pelo seu sorriso franco, pela sua postura na vida, pela retidão com que encara o seu viver…
Dona Marília Rodrigues foi assim, certamente… destas pessoas que chamamos “especiais”.
Senão, como justificar tantas palavras de apreço e de tristeza pela sua irreparável perda, que encontramos nas redes sociais? Como explicar tantos homens e mulheres que foram, um dia, rapazes e raparigas que passaram pelas suas mãos e hoje choram a sua perda?
Mira e os mirenses conhecem bem as marcas deixadas por esta senhora que não se acovardou quando o Ala Arriba tanto precisava dela, que trazia a sua energia e simpatia ao Grupo Folclórico de Portomar, que vibrava com o “seu” Domus como se fosse o “seu” querido Benfica.
As crianças da escola vão olhar para aquele estabelecimento de ensino e vão sentir um vazio, certamente. O mesmo vazio que os seus pais agora sentem, porque por lá passaram e tiveram sempre a Dona Marília por perto, e bem sabem a falta que ela fará!
Mira está, sim, mais pobre. Mais triste. De luto.
Mas, sendo como foi em vida, ela certamente quererá, de onde agora está, que a vida prossiga o seu rumo normal. Ela espera que aqueles sorrisos gostosos das crianças, que ela tanto apreciava, perdurem. Ela, lá de cima, vai querer ver todas as pessoas que por ela passaram, felizes.
Este é o maior tributo que se pode dar a uma boa pessoa: a continuidade da sua obra e do seu belo exemplo de vida…
Francisco Ferra