Nuno Pedreiro: sempre o mesmo, apesar de todo o reconhecimento

É de Mira? Não? Certo, mas isto tem muito pouca importância!
Provavelmente, mesmo estando distante do Concelho de Mira, já ouviu falar neste artista de mão cheia, a quem um dia Fernando Mendes “deu a mão”…
Nuno Pedreiro é, na medida do possível, o mesmo rapaz que um dia desembarcou em Portugal, vindo da Venezuela, onde seus pais haviam tentado a sorte.
É certo que era um rapaz naquela altura e já é um homem feito há muito tempo, mas ainda se vê no brilho do olhar, um pouco da infância onde fez os seus primeiros bonecos de banda desenhada e onde ganhou diversas medalhas em concursos de desenho. Se lhe perguntar o que seria se não fosse artista, ele prontamente responde que seria… artista!
Nuno Pedreiro é um homem de objetivos, de sonhos, de esperanças, mas todos estão centrados, desde que se conhece por gente, em fazer arte e em transmitir às pessoas um mundo diferente, por trás de cada tela pintada.
Nunca está contente consigo próprio. Não que não seja feliz ao seu modo, mas procura atingir, a cada obra, um pouco mais de qualidade, e isto pode-se perceber durante este ano em que está a celebrar o seu vigésimo aniversário de carreira artística.
Aos poucos vai desvendando o “seu” futuro imediato: está a preparar uma exposição alusiva ao 25 de Abril e tem agendada para Agosto a última exposição comemorativa da sua importante marca de tempo a pintar e a desenhar. Ali, no Museu Etnográfico da Praia de Mira, entre os dias 1 e 15 de Agosto, Pedreiro terá patente a sua obra relativa a este período de duas décadas de muito trabalho e, também, bastante sucesso.
Para além destas metas, ele também já está a preparar o seu quarto livro, ainda em fase embrionária. Assim como tem feito desde o primeiro, as vendas reverterão para uma instituição de solidariedade social, e nele poderá ser visto um pouco mais daquilo que tem feito ao longo do tempo.
Quando o Jornal Mira Online colocou-lhe uma pergunta “provocadora” sobre como imaginava a sua festa de 25 anos, ele disse ter em mente querer fazer “algo diferente” a falar da “sua terra” que, em abono da verdade nunca abandonou, mesmo com todas as oportunidades que já lhe apareceram pela frente em ir “para a cidade grande”.
Mira, garante ele, “tem excelentes artistas”, mas também possui alguns “papagaios”. A estes deixa um pequeno conselho: “Que reflitam e consigam perceber as suas verdadeiras capacidades”. Diz “não ter nada a provar”, pois nestes 20 anos já caiu e se levantou várias vezes, mas nunca abdicou de acreditar em si próprio ou no seu talento.
Claro que “sem Fernando Mendes a vida seria bem menos mediática”. Diz não saber “se seria possível ter tido este trajeto”, mas garante que estaria “na luta, sem medos e com a mesma vontade de vencer”.
Nuno Pedreiro garante que o seu quadro favorito é “sempre o próximo”: é nele que concentrará todas as suas energias e o seu tempo. Para ele, “o maior desafio é dar cor a uma tela ou a um papel”.
Com brio no trabalho, imaginação e talento em quantidade suficientes, este que é um dos artistas mais representativos das terras da Gândara segue o seu caminho, traçando-o à sua maneira, rabiscando-o e pintando-o. Tudo em nome de um sonho e de um ideal. Em nome da vida que quis seguir…