Nova organização das urgências: doentes não-urgentes podem deixar de ser atendidos

14.12.2023 –

O Governo prepara-se para mudar a organização das urgências, onde todos os doentes atendidos terão de estar referenciados (salvo algumas exceções). Os triados com pulseiras azul ou verde deixam de ser atendidos ali, mas terá se der garantida uma consulta num centro de saúde ou hospital de dia nas 24 horas seguintes.

Os doentes avaliados como não-urgentes que cheguem aos hospitais por meios próprios podem deixar de ser atendidos, desde que seja garantida uma consulta no mesmo dia ou no dia seguinte, diz o jornal Público. A proposta vai ser colocada em consulta pública.

O Governo prepara-se para mudar a organização das urgências para aliviar os hospitais e propõe um novo modelo, que deverá ser aplicado de forma faseada.

Segundo o Público, todos os doentes atendidos na urgência terão de estar referenciados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM, pelo SNS24, pelos cuidados de saúde primários, por um médico com “informação clínica assinada” ou por outra instituição de saúde.

No caso dos não-urgentes, ou seja, doentes triados com pulseiras azul ou verde, terá se der garantida uma consulta num centro de saúde ou num hospital de dia nas 24 horas seguintes.

As exceções

Há exceções que incluem crianças, jovens e as pessoas com mais de 70 anos. Além dessas, na lista de exceções estão, por exemplo, os doentes acamados ou em cadeira de rodas, as vítimas de trauma e os doentes com situações agudas do foro psiquiátrico e obstétrico, grávidas. pacientes com hemorragias gastrointestinais ou vaginais, com infeções locais, problemas oftalmológicos, que tenham sofrido quedas ou queimaduras, que tenham antecedentes oncológicos, doença renal crónica ou doença arterial periférica, informa o Público.

Doentes que precisam de cuidados “urgentes” estavam a ser prejudicados

A proposta do Governo vai ainda ser colocada em consulta pública durante 30 dias. Está definida num projeto de portaria do gabinete do ministro da Saúde a que o Público teve acesso.

No documento que justifica a proposta, Manuel Pizarro sublinha que as deslocações de doentes não-urgentes à urgências tem “implicações” na resposta” a quem precisa de “cuidados emergentes e urgentes”, refere ainda o jornal.

Nos últimos anos, a percentagem de não-urgentes aumentou. Em 2022, atingiu o valor que era até então o mais elevado desde 2015.

SIC Notícias